
© Direitos Reservados
Assaltante a uma residência em Brasília, chora ao voltar à cadeia apenas "por causa de um furtozinho". Mas os polícias, claro, não perdoam.
Corpo do artigo
Numa destas sextas-feiras, um homem, cujo nome não foi divulgado, foi surpreendido em flagrante a assaltar uma residência em Brazlândia, bairro de Brasília, a capital federal do Brasil.
Os polícias chegaram ao local após a chamada de um vizinho e insistiram em levar o assaltante para a cadeia. Mas ele ficou inconformado.
A chorar, perguntou: "Vão-me levar para a prisão só por causa de um furtozinho?"
Os agentes encolheram os ombros e explicaram que não havia alternativa.
O detido em causa, conferiram depois os guardas, já fora detido 73 vezes antes. Esta era, portanto, a 74ª, quase sempre por assaltos a casas.
"Eu já puxei 16 anos, não me leva, não", dizia ele, em pranto, sendo que "puxar" no calão do Brasil é "cumprir pena".
As condições das prisões brasileiras são desumanas. Se a insegurança é um problema grave no país, a sobrelotação das penitenciárias é um perverso efeito secundário. E causa dó ver um homem - o detido tem 37 anos - a chorar por clemência.
Mas não dá para perdoar um assaltante de casas. E pela 74ª vez.
Ah, e no caminho para a esquadra, ainda tentou partir o vidro do carro e escapar.