João Pedrosa decidiu ficar na cidade chinesa que é o epicentro do novo coronavírus. Agora, escreve no site da TSF sobre o estranho dia a dia em Wuhan.
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Depois de uma noite de trovoadas, Wuhan amanheceu hoje debaixo de aguaceiros. Manhã feliz para o casal de patos residente no lago junto ao meu prédio, mas por outro lado a obrigar os meus vizinhos a uma maior clausura.
E a clausura traz consigo o aborrecimento. "Tédio" é talvez a palavra mais mencionada quando comunico com os meus colegas de trabalho. Quando lhes pergunto o que estão a fazer para "matar o tempo" as respostas invariavelmente são "ler", "ver televisão", "jogar mahjong"...
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Claro que para alguns está a ser uma oportunidade inigualável para desfrutar da família. Muitos mencionam-me que nunca lhes foi possível ter tanto tempo, chamado, de qualidade com os filhos.
Uma das respostas mais referida talvez seja "rede social". As evidências são que o uso do ciberespaço estará a ser cada vez mais usado. Por exemplo, alguns atletas de referência estão a aparecer na TV ou a publicar vídeos nas redes sociais exibindo as suas rotinas de treino e oferecendo conselhos como se exercitar em casa.
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Para combater o tédio, os chineses estão a tornar-se cada vez mais criativos, com os vídeos publicados nas redes sociais.
As imagens vão desde o jogar pingue-pongue numa mesa de jantar até ao dançar à janela com os vizinhos. Mas há todo um rol imaginativo de vídeos de como as pessoas estão a combater o tédio em casa. Os estilos de vida estão a passar cada vez mais de "offline" para "online".
João Pedrosa, em Wuhan
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