A Amnistia Internacional diz que há dezenas de centros de acolhimento na Grécia sem condições mínimas para se viver.
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A Amnistia Internacional (AI) acusa os líderes da União Europeia de promoverem uma "calamidade humanitária" na Grécia com o fecho das fronteiras da rota dos Balcãs. Num relatório com o nome "Presos na Grécia: uma crise de refugiados evitável", a organização não-governamental de defesa dos direitos humanos revela situações de "encurralamento na miséria e quase abandono".
O país tem hoje mais de 46 mil refugiados e migrantes em vários campos improvisados na Grécia continental desde que em março foi encerrada a fronteira com a Macedónia.
A AI acusa os Estados europeus de terem "exacerbado" esta crise ao falharem, claramente, na prometida recolocação dos refugiados pelo vários países.
"Se os líderes da UE", afirma a AI, "não atuarem de forma urgente no cumprimento das suas promessas e melhorarem as condições de vida dos refugiados na Grécia, vai existir uma calamidade humanitária causada por eles próprios".
O relatório conta 66 mil pedidos de asilo só na Grécia, que não tem capacidade para receber todos estes pedidos de acolhimento. Até agora apenas 615 refugiados foram transferidos para outros países europeus.
A Grécia tem atualmente 31 centros de acolhimento temporário (e vários outros não oficiais, como no porto do Pireu) que segundo os defensores dos direitos humanos estão "altamente lotados, sem condições mínimas e falta de estruturas sanitárias".
Há mesmo relatos de crianças detidas em esquadras de polícia durante duas semanas até que fossem transferidas para centros de abrigo.
Em resumo, a AI diz que ao fechar a rota dos Balcãs e ao falhar no prometido programa de relocações, "os países da UE estão a ser cúmplices no encurralamento de quem procura asilo".