Prestige. A maré negra que começou com "fiozinhos" semelhantes a "plasticina" foi há 20 anos
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As primeiras horas não faziam prever a catástrofe. Quando o então vice-presidente do governo espanhol Mariano Rajoy descreveu ao país ao que acontecera no mar ao largo da Galícia comparava o combustível que saía das fendas do navio Prestige como "fiozinhos", quatro "riachos solidificados com aspeto de plasticina em estiramento vertical". Os fios não pararam de engrossar, transformando-se numa maré negra que espalhou a morte nas costas de Espanha, Portugal e França.
Foi há 20 anos aquele que se tornou o pior desastre ambiental da Europa. O petroleiro Prestige afundou-se no Oceano Atlântico na sequência de danos provocados por uma tempestade no dia 13 de novembro de 2002, derramando 60 mil toneladas de combustível no mar. Milhares de voluntários passaram meses a limpar as praias o petróleo pegajoso acabava sempre por voltar com a maré - e a tentar resgatar animais cobertos de crude. Estima-se que mais de 200 mil aves tenham morrido.