Os trabalhistas, com mais de 25% dos votos, voltam a ser o maior partido da Dinamarca, graças a um novo programa político que concilia medidas económicas de esquerda, com uma política de refugiados populista de direita.
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Deverá ser a maior vitória da esquerda dos últimos 48 anos na Dinamarca.
A derrota da coligação de centro-direita no poder é dada como certa, com os trabalhistas e pró-comunistas prontos para assumirem juntos a liderança do país. As eleições ficarão também marcadas por uma redução para metade da direita populista.
A grande sensação das eleições são os trabalhistas, que, com mais de 25% dos votos, voltam a ser o maior partido da Dinamarca, graças a um novo programa político que concilia medidas económicas, fiscais e sociais claramente mais à esquerda, com uma política de refugiados altamente restritiva e populista de direita.
Com este novo rumo esquerdista-populista, os trabalhistas reconquistam os votos da classe operária, que, nas eleições passadas, votou em massa na direita por se sentir alienada pelos partidos de esquerda no que diz respeito à questão dos refugiados.
Mas as eleições saldam-se também por um reforço dos extremos políticos: dois partidos pró-comunistas obtêm juntos mais de 16%, e dois partidos neofascistas estão à beira de conseguir assento parlamentar. Os neofascistas defendem a proibição do Islão e a expulsão de 700 mil estrangeiros, na sua maioria refugiados e muçulmanos. Os que não quiserem sair da Dinamarca a bem serão enviados para chamados campos de persuasão no norte gelado da Gronelândia até se arrependerem.