"Em breve teremos um novo Presidente." Prigozhin diz que grupo Wagner "não se renderá"
Em resposta às acusações de traição de Putin Yevgeny Prigozhin diz que a Rússia vai ter "um novo presidente" em breve.
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O líder do grupo mercenário russo Wagner, Yevgeny Prigozhin, negou a acusação de "traição" feita pelo Presidente russo, Vladimir Putin, chamando "patriotas" aos seus combatentes e garantindo que não se entregarão às autoridades.
"No que diz respeito à traição à pátria, o Presidente enganou-se profundamente. Somos patriotas. Lutámos e lutamos (...) e ninguém pretende entregar-se por exigência do Presidente, do Serviço de Segurança Federal ou de quem quer que seja", afirma Prigozhin num novo áudio publicado no seu canal do Telegram.
Sustentando que Vladimir Putin "está profundamente enganado", o líder do grupo Wagner garantiu que os seus combatentes "não se renderão", afirmando que ele e os seus homens não querem que "o país continue a viver imerso na corrupção, na mentira e na burocracia".
"Quando combatemos em África, disseram que precisávamos de África e depressa a abandonaram porque roubaram todo o dinheiro destinado às ajudas", disse.
Prigozhin destacou ainda que, quando a campanha na Ucrânia começou, os combatentes do grupo Wagner foram combater, "mas o facto é que as munições, o armamento e todo o dinheiro que lhes eram destinados também foram roubados".
"Em contrapartida, os funcionários poupam em seu benefício, para casos como o de hoje, em que alguém avança sobre Moscovo. Agora não poupam em nada: atacam colunas pacíficas com aviões e helicópteros", denunciou.
Putin "fez a escolha errada. Pior para ele, em breve teremos um novo presidente", pode escreveu noutra mensagem na plataforma Telegram.
O chefe do grupo paramilitar Wagner, Yevgeny Prigozhin, reivindicou a ocupação de Rostov, cidade-chave no sul da Rússia para guerra na Ucrânia, e apelou a uma rebelião contra o comando militar russo, que acusou de atacar os seus combatentes.
O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, qualificou a ação do grupo paramilitar de rebelião, afirmando tratar-se de uma "ameaça mortal" ao Estado russo e uma traição, garantindo que não vai deixar acontecer uma "guerra civil".
Prigozhin acusara antes o Exército russo de atacar acampamentos dos seus mercenários, causando "um número muito grande de vítimas", acusações negadas pelo Ministério da Defesa da Rússia.
As acusações de Prigozhin expõem profundas tensões dentro das forças de Moscovo em relação à ofensiva na Ucrânia.