Primeira fase de uma nova mobilização em França: agricultores em protesto voltam a bloquear estradas
Os agricultores franceses estão a bloquear estradas em protesto contra o polémico acordo de comércio livre entre a União Europeia e o Mercosul. A mobilização está a afetar 80 distritos e pode prolongar-se até esta terça-feira
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Os agricultores franceses iniciam, esta segunda-feira, uma nova mobilização nacional em França. Sob a liderança dos principais sindicatos do sector, pelo menos 80 distritos estão a ser palco de manifestações, bloqueios de estradas e concentrações em rotundas.
Algumas destas ações começaram no domingo. Entre as principais reivindicações, está a oposição ao controverso acordo de comércio livre entre a União Europeia e o Mercosul, que prevê a promoção da importação de produtos latino-americanos.
Segundo os agricultores, esta medida ameaça gravemente a competitividade e os padrões da produção agrícola francesa, já que os produtos importados não estão sujeitos às mesmas exigências ambientais e de qualidade impostas à agricultura europeia.
Emmanuel Macron, que se encontra na Argentina em reunião com o seu homólogo Javier Milei, comentou o polémico acordo. "Considero que o acordo de Mercosul, tal como está, é um mau acordo, opomo-nos", afirmou o Presidente francês. Apesar das declarações do Presidente francês, os agricultores mantêm as manifestações.
"Estamos a fazer tudo ao contrário: temos a agricultura mais limpa, mais racional e mais controlada do mundo, e é esta a que corre o risco de morrer primeiro. É incompreensível", reage François Lecoq, agricultor na região de Paris.
François Lecoq acrescenta que já não acredita nas promessas do Presidente francês. "Este homem fez-nos tantas promessas que já não podemos confiar nele. Precisamos de ação, ação muito rápida, porque a agricultura francesa se encontra num estado lamentável", acrescenta.
As ações de protesto variam entre bloqueios de estradas e a cobertura de sinais de trânsito com mensagens contra o Mercosul. Os sindicatos alertam que estas mobilizações podem prolongar-se até terça-feira, caso o governo e a União Europeia não apresentem respostas concretas.
Notícia atualizada às 12h50
