Macron perde maioria na Assembleia Nacional. Esquerda e extrema-direita reclamam vitória
Primeira-ministra alerta que os resultados das legislativas "são um risco para o país" e promete "diálogo".
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A primeira-ministra francesa, Elisabeth Borne, alerta que os resultados das eleições legislativas são um "risco" para o país. O partido do Presidente Emmanuel Macron foi o mais votado, mas perdeu a maioria absoluta na Assembleia Nacional.
"Esta situação constitui um risco para o nosso país, tendo em conta os desafios que temos de enfrentar tanto a nível nacional, como a nível internacional. Mas temos de respeitar esta votação e tirar as devidas consequências", declarou Elisabeth Borne no palácio de Matignon, a residência oficial do primeiro-ministro, em reação aos resultados da segunda volta das eleições legislativas.
A coligação de esquerda, liderada por Jean-Luc Mélenchon, é agora a segunda força com mais representação. Já a União Nacional, de Marine Le Pen, conseguiu o seu melhor resultado de sempre, reforçando a posição.
A extrema-direita consegue uma representação histórica, alcançando o poder inédito de travar decisões do Conselho Constitucional e de apresentar moções de censura.
Tanto a esquerda como a direita reivindicam vitória nestas presidenciais. Nos primeiros discursos da noite, do lado da Nova União Popular Ecológica e Social (NUPES), Mélenchon, sublinhou o resultado histórico.
"É uma situação totalmente inesperada e sem precedentes. A derrota do partido presidencial é total e não há nenhuma maioria. Conseguimos o objetivo político que havíamos dado a nós mesmos de derrubar quem mostrou arrogância para ser eleito a qualquer custo", disse.
Já Le Pen congratulou-se com o resultado, enaltecendo o facto de ter tornado Macron como um Presidente "minoritário". "Atingimos os três objetivos a que nos propusemos, fazer de Macron um Presidente minoritário, de forma a preservar o país do reino de um partido único e de um Presidente sem controlo no exercício do poder, prosseguir a reorganização política indispensável à renovação democrática e assumir o triunfo da ideia salvadora da nação", frisou.