Vaughan Gething não resistiu à polémica sobre a doação de 238 mil euros feita durante a campanha por um empresário condenado por crimes contra o ambiente
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O primeiro-ministro do País de Gales apresentou esta terça-feira a demissão: "Tomei esta manhã a difícil decisão de iniciar o processo de demissão do Partido Trabalhista do País de Gales e, consequentemente, do cargo de primeiro-ministro." Também três ministros e o seu principal conselheiro demitiram-se nas últimas horas.
A renúncia de Vaughan Gething acontece quatro meses após assumir o cargo. Filho de pai galês e mãe zambiana, fez história em março, quando se tornou o primeiro líder negro de um governo no Reino Unido.
Gething não resistiu à polémica sobre a doação de 200 mil libras (aproximadamente 238 mil euros) durante a campanha para a liderança do Partido Trabalhista galês de uma empresa de reciclagem cujo proprietário foi considerado culpado de infrações ambientais e de violação das normas de saúde e segurança.
O caso levou o partido nacionalista galês Plaid Cymru a pôr fim em abril a um acordo de cooperação com o governo minoritário trabalhista de Gething, que precisa do apoio da oposição para aprovar leis. No mês seguinte, Gething perdeu uma moção de censura não vinculativa no parlamento do País de Gales, o Senedd.
O primeiro-ministro agora demissionário reiterou que está inocente: “Uma afirmação crescente de que algum tipo de irregularidade ocorreu tem sido perniciosa, politicamente motivada e patentemente falsa”, afirmou, citado pelo The Guardian, acrescentando: "Em 11 anos como ministro, nunca tomei uma decisão para ganho pessoal."
Gething lamentou ainda que o "ónus da prova já não seja importante na política" e sublinhou que não comprometeu a integridade pessoal. Para o primeiro-ministro demissionário, este foi "o momento mais difícil" para ele e para a família.
