Primeiro-ministro francês alerta para "catástrofe económica" devido às tarifas Trump
O Presidente francês, Emmanuel Macron, vai reunir-se com representantes das indústrias afetadas pelas medidas tarifárias anunciadas pelos EUA
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O primeiro-ministro francês, François Bayrou, disse esta quinta-feira que o aumento dos direitos aduaneiros anunciado pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, representam uma dificuldade para a Europa e uma catástrofe para os Estados Unidos.
"Esta decisão é uma catástrofe para o mundo económico. É uma dificuldade imensa para a Europa. Penso que é também uma catástrofe para os Estados Unidos e para os cidadãos norte-americanos", declarou o chefe do governo de França à margem de uma conferência no Senado, em Paris.
O Presidente francês, Emmanuel Macron, vai reunir-se esta quinta-feira à tarde com representantes das indústrias afetadas pelas medidas tarifárias anunciadas pelos Estados Unidos.
Paralelamente, a Federação dos Exportadores Franceses de Vinho e Bebidas Espirituosas disse esta quinta-feira que as exportações europeias de vinho para os Estados Unidos podem sofrer uma quebra de 1,6 mil milhões de euros por ano, com um enorme impacto no emprego e na economia do setor.
A França, em particular, vai sofrer metade desse impacto, com as vendas para os Estados Unidos a caírem 800 milhões de euros por ano, disse a Federação dos Exportadores Franceses de Vinho e Bebidas Espirituosas (FEVS) através de um comunicado.
As tarifas anunciadas pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, também vão ter um impacto extremamente negativo sobre os importadores, distribuidores e comerciantes dos Estados Unidos, acrescentou a FEVS.
"Este confronto tarifário só cria perdedores, tanto na Europa como nos Estados Unidos", insistiu.
Os Estados Unidos são o principal mercado de exportação dos vinhos e bebidas espirituosas francesas, com um valor total de 3,8 mil milhões de euros no ano passado, representando 25% de todos os embarques estrangeiros no setor.
Donald Trump lançou uma ofensiva comercial sob a forma de tarifas muito pesadas, nomeadamente contra países da Ásia e da União Europeia.
Os mercados financeiros registaram quedas, uma vez que tanto os aliados tradicionais como os concorrentes dos Estados Unidos avisaram que estavam a preparar um contra-ataque.
A ofensiva protecionista de Washington, como não se via desde os anos 1930, inclui uma tarifa mínima adicional de 10% sobre todas as importações e sobretaxas para os países considerados particularmente hostis ao comércio.
