Os "coletes amarelos" continuam as ações de protesto em rotundas, estradas e acesso a complexos petrolíferos por toda a França. Até ao momento, mais de 260 pessoas ficaram feridas durante as manifestações.
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O primeiro-ministro francês, Édouard Philippe, iniciou, esta segunda-feira, uma ronda de reuniões para receber os chefes dos partidos políticos e procurar uma saída para a crise dos "coletes amarelos", que continuam em protesto em diferentes partes do país.
O primeiro a ser convocado para o Palácio de Matignon, residência oficial do primeiro-ministro, foi a presidente da câmara de Paris, a socialista Anne Hidalgo. São também esperados, no Palácio de Matignon, a líder da formação de extrema direita União Nacional (antiga Frente Nacional), Marine Le Pen, o primeiro secretário do Partido Socialista, Olivier Faure, o presidente dos republicanos conservadores, Laurent Wauquiez, e Stanislas Guerini, o novo delegado-geral do partido Em Marche!, do presidente Emmanuel Macron.
O líder da formação esquerdista França Insubmissa, Jean-Luc Mélenchon, que, como Le Pen, pediu a dissolução da Assembleia Nacional para a convocação de eleições legislativas, poderá não comparecer e ser substituído por membros da sua equipa.
Édouard Philippe planeia continuar a concertação na terça-feira com representantes dos "coletes amarelos", mas resta saber se tal será possível e em que formato, após o fiasco de uma reunião semelhante na última sexta-feira.
O fim de semana ficou marcado em França por violentos protestos do movimento dos "coletes amarelos", sobretudo por desacatos em Paris e por atos de vandalismo no Arco do Triunfo. O monumento, que é símbolo emblemático de Paris e da própria França, foi pintado, o seu museu saqueado e uma estátua partida, à margem dos protestos.
Os últimos dados sobre sábado indicam que 136 mil pessoas se juntaram à mobilização dos "coletes amarelos" e que houve 263 feridos.
O porta-voz do Governo francês, Benjamin Griveaux, não quis adiantar se o Governo irá ceder à primeira reivindicação dos "coletes amarelos": a anulação do aumento de impostos sobre os combustíveis (gasolina e especialmente diesel), agendado para 1 de janeiro.
"Não tomamos as decisões antes" das reuniões com os representantes desse movimento e das partes, já que "vamos recebê-las para conversar", disse Griveaux esta manhã, em entrevista à emissora "France Inter".
Os "coletes amarelos" continuam as suas ações de protesto em rotundas, estradas e acesso a complexos petrolíferos em várias partes do país, incluindo um bloqueio da fronteira com a Espanha em Le Perthus, que decorreu de madrugada durante várias horas.