Em entrevista à BFM TV e à Rádio Monte Carlo, Manuel Valls diz que as mudanças vão mesmo avançar. E anunciou que vai receber os responsáveis da indústria petrolífera.
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Está fora de questão o recuo do governo francês em relação às alterações da Lei do Trabalho. O primeiro-ministro francês, entrevistado esta quinta-feira pela BFM TV e pela Rádio Monte Carlo, garantiu que as alterações são mesmo avançar.
Manuel Valls admite "modificações e melhorias" na lei, mas assegurou que não haverá recuo no fundamental.
"A lei é boa para os trabalhadores, porque lhes dá mais direitos. É também boa para empresários, sindicatos e jovens. Este documento parece-me útil para o país. Estou sereno e determinado", disse.
Confrontado com as sondagens que mostram uma oposição de mais de 60% dos franceses contra estas alterações, Manuel Valls defendeu que as pessoas estão ser manipuladas por movimentos populistas.
A entrevista de Manuel Valls surge num nascer de um dia difícil para o governo socialista de França.
O primeiro-ministro chamou todos os ministros e secretários de Estado para uma reunião no palácio Matignon.
Vários agentes económicos têm sugerido a utilização de ferramentas como a requisição civil ou mesmo a utilização da força policial e o recurso à justiça para travar os bloqueios das refinarias, que já duram há vários dias.
A meio da manhã, o gabinete do chefe do governo de França anunciou para sábado, uma reunião com os representantes da indústria petrolífera.
No Japão, onde decorre uma visita dos líderes do G7, o presidente francês manifestou apoio ao primeiro-ministro sobre a Lei do Trabalho.
François Hollande garantiu que está a acompanhar de perto a situação em França. Sobre as declarações de Manuel Valls em entrevista à BFM TV e à Rádio Monte Carlo esta manhã, o presidente defendeu que o primeiro-ministro disse "o que era preciso dizer".
(Notícia atualizada às 12H08, com reação de François Hollande)