O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, apresenta hoje, no Parlamento, o programa de governo, que dará início a um debate de três dias, a concluir na terça-feira, com o voto de confiança ao novo executivo.
Corpo do artigo
O discurso de Tsipras está marcado para as 17:00 locais, 15:00 em Lisboa. De acordo com fontes governamentais, citadas pela edição na internet do jornal To Vima, espera-se que Tsipras fale sem rodeios sobre os problemas que está enfrentar na negociação com os parceiros europeus.
Por isso, segundo as mesmas fontes, é expectável que anuncie que o executivo não poderá cumprir todas as promessas no primeiro ano de governação, devendo fazê-lo em duas fases.
A primeira fase deverá centrar-se na resolução da crise humanitária, um dos pilares do denominado programa de Salónica que, entre outros aspetos, prevê luz gratuita, vales de comida e oferta de transportes para os mais pobres.
Numa segunda fase, a desenvolver num período mais alargado, deverão ser criadas as condições para aplicação de um novo contrato social.
As mesmas fontes governamentais acreditam que a linha a ser esboçada hoje por Tsipras irá servir para que a Grécia chegue a um compromisso com Bruxelas, na reunião extraordinária do Eurogrupo marcada para terça-feira.
O programa de ajuda externa à Grécia termina no final do mês e, até lá, tem de ser encontrada uma solução para que o país não entre em falência.
Este será o primeiro Eurogrupo do ministro grego das Finanças, Yanis Varoufakis, que esta semana esteve nas principais capitais da zona euro, tendo-se reunido com vários dos seus homólogos, nomeadamente com o francês, Michel Sapin, e o alemão, Wolfgang Schäuble.
Tsipras apresentou-se a eleições com a promessa de reduzir a dívida grega (mais de 175% do Produto Interno Bruto - PIB) e acabar com a austeridade imposta pela 'troika', o que é rejeitado por muitos dos seus parceiros da zona euro, a começar pela Alemanha.
A Grécia está sob assistência financeira internacional desde 2010, com dois empréstimos concedidos pela Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional, em troca de duras medidas de austeridade.
O programa de resgate europeu terminava no passado mês de dezembro, mas foi prolongado por mais dois meses, até ao final de fevereiro.