O primeiro-ministro Naoto Kan declarou que vai demitir-se assim que esteja concluído o trabalho de reconstrução das zonas afectadas pelo sismo 11 de Março, numa altura em que o seu Governo enfrenta uma moção de censura apresentada pela oposição.
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Naoto Khan sublinhou a sua pretensão durante um discurso para os membros do seu partido, pedindo-lhes que rejeitem a moção que será votada hoje na Câmara Baixa.
O Partido Democrata (PD) actualmente no poder, está dividido, já que uma parte apoia a gestão Kan da crise nuclear de Fukushima após o terramoto, mas outra apoia a moção de censura.
«Agora estou a trabalhar na reconstrução do país, mas assim que conclua o meu trabalho, tenho a intenção de deixar a responsabilidade para a próxima geração de políticos», disse o primeiro-ministro, que pediu a coesão do seu partido.
Khan enviou esta mensagem algumas horas antes da votação da moção de censura apresentada quarta-feira pelo principal partido de oposição, o Partido Liberal Democrático (LDP), juntamente com o Partido Novo Komeito e o minoritário Partido Sunrise.
Embora o PD tenha maioria na Câmara Baixa, a moção de censura pode ser aprovada se pelo menos 80 dos membros do partido votarem contra o seu líder, o que alguns já garantiram irem fazer.
Entre os "rebeldes" está o influente Ichiro Ozawa, um antigo secretário-geral do PD, que tem o apoio de cerca de 40 deputados.
A votação da moção de censura surge num momento em que o governo nipónico enfrenta a pior crise nuclear mundial desde Chernobyl, em 1986, e se vê a braços com a reconstrução do nordeste do país, após o devastador terramoto e do tsunami de 11 de Março.