Ambientalistas afirmam que o príncipe não recebera autorização para a caça do animal em causa e acusam-no de ter apenas pensado em levar para casa um "troféu".
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O príncipe do Liechtenstein está a ser acusado de ter abatido o maior urso vivo em território da União Europeia. A organização não-governamental (ONG) romena Agent Green alega que o urso foi morto em março, numa área protegida das montanhas dos Cárpatos.
De acordo com o jornal The Guardian, o príncipe Emanuel von und zu Liechtenstein teria recebido permissão para abater uma fêmea de urso que estaria a causar estragos em algumas quintas, na Roménia, mas acabou por abater um urso macho, de 17 anos, chamado Arthur, que, segundo os ambientalistas, seria o maior urso existente no espaço europeu.
"Na realidade, o príncipe não matou o urso problemático, matou um macho que vivia na floresta e que nunca chegava perto das povoações", afirma a ONG.
A Associated Press relata a existência de documentos que confirmam que o príncipe foi autorizado a caçar, durante quatro dias, na zona de Covasna, na Roménia, e que a 13 de março matou um urso pardo de 17 anos, pelo qual terá pago 7 mil euros.
"Pergunto-me como é que o príncipe confundiu uma fêmea que estaria junto às povoações com o maior macho que estava escondido nas profundezas da floresta", questionou Gabriel Paun, presidente da Agent Green. "Está claro que o príncipe não veio para resolver os problemas da população local, mas, sim, para matar o urso e levar para casa o maior troféu para pendurar na parede", acusa o ambientalista, em declarações citadas pelo The Guardian.
Os ursos pardos são uma espécie protegida pelas leis internacionais e pelas leis da Roménia, que ilegalizou este tipo de caça em 2016, mas os governos têm permitido exceções, no caso de os animais constituírem um risco para a população ou causarem estragos severos. Os ambientalistas defendem o fim das exceções à lei da caça de troféus, sob pena de "as espécies ficarem ameaçadas, como já aconteceu na maior parte do território europeu".
O ministro do Ambiente da Roménia já veio falar publicamente sobre o caso, afirmando que é muito complicado determinar se o urso que foi morto pelo príncipe do Liechtenstein é aquele para o qual tinha recebido autorização de caça, mas garantiu que foi aberta uma investigação.