O príncipe Harry do Reino Unido está «irritado» com alguns países que falharam nas operações de desminagem em África e que foram promovidas pela mãe, Diana de Gales, disse o chefe da organização Halo Trust.
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De acordo com Guy Willougby da Halo Trust (HALO), Harry acaba de regressar de Angola onde visitou os projetos de desminagem da organização que foram promovidos pela mãe nos anos 1990.
«Ele está irritado com os países que forneceram as minas terrestres e que não estão a contribuir com fundos para as retirar», disse Guy Willoughby.
Harry, 28 anos, o quarto na linha de sucessão ao trono britânico, visitou zonas minadas em Angola tendo-se deslocado ao Cuito Cuanavale, no sul do país, apontada como a região com o maior número de minas em todo o continente africano.
Diana de Gales, porta-voz da campanha de desminagem da HALO visitou Angola em 1997, o ano em que morreu, vítima de um acidente de automóvel em Paris.
«Nos campos minados que a mãe dele visitou estão agora lojas e estradas e até existe uma agência imobiliária no local», disse o responsável pela HALO.
O príncipe Harry é atualmente promotor da organização que assinala os 25 anos de atividade.
«As guerras podem ter acabado mas muitas pessoas não podem regressar à normalidade porque todos os dias correm riscos de morte ou podem ficar feridas pela explosão das minas», disse Willoughby.
Harry, o filho mais novo de Diana de Gales e militar britânico, visitou Moçambique com a HALO em 2010 onde a organização também desenvolve operações de desminagem.
Angola continua a ser um dos países com o maior número de minas a nível mundial, apesar dos esforços que foram intensificados desde 2002 com operações de desminagem.
A HALO, a maior organização de desminagem a trabalhar no país, refere que já destruiu mais de 21.300 minas em Angola.
A guerra civil em Angola provocou a morte a mais de meio milhão de pessoas entre 1975 e 2002, destruiu a maior parte das infra estruturas do país e obrigou a cerca de quatro milhões de pessoas a deslocar-se dos locais onde vivia.
Milhares de angolanos morreram na sequência da explosão das minas, mas o número exato de vítimas é difícil de apurar.