O homem, que terá nacionalidade portuguesa, compareceu em tribunal e apresentou-se com um nome diferente daquele que tinha sido revelado pela polícia britânica.
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O suspeito do ataque que matou três pessoas em Nottingham vai aguardar julgamento em prisão preventiva. O homem, que terá nacionalidade portuguesa, foi este sábado ouvido em tribunal, mas, segundo a agência AFP, só falou para dizer o nome e a data de nascimento.
Apresentou-se como Adam Mendes, um nome diferente daquele que foi revelado pela polícia britânica: Valdo Calocane.
Trata-se de um antigo estudante da universidade onde, na terça-feira, concretizou o ataque no qual morreram três pessoas. O suspeito enfrenta acusações de três crimes de homicídio e outros três de tentativa de homicídio.
O homem regressa ao tribunal de Nottingham na próxima segunda-feira.
De acordo com o Daily Telegraph, os pais, originários da Guiné-Bissau, trabalharam na ilha da Madeira e obtiveram a nacionalidade portuguesa.
O casal ter-se-á mudado mais tarde para o Reino Unido com os três filhos e o suspeito terá o estatuto de residente enquanto cidadão europeu.
As acusações formalizadas estão relacionadas com a morte dos estudantes da Universidade de Nottingham Barnaby Philip John Webber e Grace Sashi O'Malley-Kumar, ambos de 19 anos, e Ian Robert Coates, de 65 anos, todos esfaqueados na madrugada de terça-feira em Nottingham.
As três acusações de tentativa de homicídio dizem respeito a outras três pessoas vítimas de atropelamento, uma das quais continua hospitalizada em estado grave.
A chefe de Polícia de Nottinghamshire, Kate Meynell, afirmou que as acusações "são um desenvolvimento significativo e resultam da nossa investigação exaustiva destes incidentes horríveis" na cidade inglesa, a cerca de 200 quilómetros a norte de Londres.
"Estamos bem cientes da profunda emoção que está a ser sentida em torno destes trágicos acontecimentos e do elevado nível de interesse, não só em Nottingham e Nottinghamshire, mas também em todo o país", referiu, em comunicado.
No entanto, alertou que a "publicação de informações prejudiciais na Internet sobre um processo em curso pode constituir desrespeito pelo tribunal e, nos casos mais graves, pode resultar no fracasso de um julgamento".
Na sexta-feira, em declarações aos jornalistas, o ministro dos Negócios Estrangeiros português, João Gomes Cravinho, afirmou estar em contacto com as autoridades britânicas.
"Descobrimos recentemente, esta manhã, que aparentemente o suspeito tem nacionalidade portuguesa. Estamos a investigar o assunto, mas estaremos em estreito contacto com as autoridades britânicas a este respeito", sublinhou.
A polícia acredita que o suspeito atacou dois estudantes da Universidade de Nottingham de 19 anos com uma faca e que matou um outro homem de 65 anos antes de roubar a respetiva carrinha.
De seguida, tentou atropelar três pessoas em ocasiões diferentes, continuando um hospitalizado em estado grave.
A polícia deteve o suspeito utilizando um 'taser' quando o veículo estava parado.