
William Barr, procurador-geral norte-americano
Doug Mills/EPA
Comentários de Barr aparecem em contraste com anteriores declarações suas, em que condenou os protestos contra a polícia e o que descreveu como "um padrão perturbante de cinismo e desrespeito".
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O procurador-geral norte-americano reconheceu na quinta-feira a existência de uma separação entre afro-americanos e polícia e prometeu uma investigação sem limites do Departamento da Justiça para procurar saber se houve um crime federal no assassínio de George Floyd.
Em conferência de imprensa, William Barr afirmou que, "apesar de a vasta maioria dos agentes da polícia fazerem o seu trabalho de forma brava e correta, é inegável que muitos afro-americanos não têm confiança no sistema de justiça criminal" norte-americano.
"Isto precisa de mudar. A nossa Constituição determina a igualdade das leis e nada menos é aceitável", insistiu.
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Os comentários de Barr aparecem em contraste com anteriores declarações suas, em que condenou os protestos contra a polícia e o que descreveu como "um padrão perturbante de cinismo e desrespeito evidenciado para com a aplicação da lei".
Mas, na quinta-feira, insistiu que a sua opinião tem sido consistente e que a maioria dos agentes da polícia "procura conscientemente usar a força de forma razoável e apropriada".
George Floyd, um afro-americano de 46 anos, morreu em 25 de maio, em Minneapolis (Minnesota), depois de um polícia branco lhe ter pressionado o pescoço com um joelho durante cerca de oito minutos numa operação de detenção, apesar de Floyd dizer que não conseguia respirar.
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Desde a divulgação das imagens nas redes sociais, têm-se sucedido os protestos contra a violência policial e o racismo em dezenas de cidades norte-americanas, algumas das quais foram palco de atos de pilhagem.
Pelo menos 10 mil pessoas foram detidas desde o início dos protestos, e as autoridades impuseram recolher obrigatório em várias cidades, incluindo Washington e Nova Iorque, enquanto o Presidente norte-americano, Donald Trump, já ameaçou mobilizar os militares para pôr fim aos distúrbios nas ruas.
Os quatro polícias envolvidos foram despedidos, e o agente Derek Chauvin, que colocou o joelho no pescoço de Floyd, foi acusado de homicídio em segundo grau, arriscando uma pena máxima de 40 anos de prisão.
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Os restantes vão responder por auxílio e cumplicidade de homicídio em segundo grau e por homicídio involuntário.
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