Professores em França divididos entre tristeza e desejo de "não deixar o terror vencer"
Durante o fim de semana, perto de 500 escolas estiveram abertas para prestar homenagens a Dominique Bernard, o professor de francês assassinado na sexta-feira por um terrorista islâmico. Os professores estão divididos entre a tristeza e o desejo de "não deixar o terror vencer". Um minuto de silêncio será observado esta segunda-feira em cada escola do país.
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Esta segunda-feira, em França, as aulas começam mais tarde do que o habitual, a partir das 10 horas, nas escolas de ensino básico e secundário. O governo francês criou estas duas horas para os professores falarem entre eles, antes de entrarem na sala de aula. Ao início da tarde, vai ser observado um minuto de silêncio em todas as escolas francesas em homenagem ao professor assassinado na sexta-feira passada.
Como gerir a emoção suscitada pelo assassino de um professor de francês por um jovem radicalizado? Como encontrar as palavras certas sobre o que aconteceu perante os alunos no regresso a uma sala de aula? Para ajudar os professores neste regresso às aulas, o ministério da Educação decidiu adiar o início das aulas para as 10 horas, para alunos e professores.
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A primeira-ministra, Elisabeth Borne, deixou uma mensagem de apoio aos professores: "Não se ensina na angústia, como não se pode aprender tendo medo. Não vamos ceder perante a violência, vamos enfrentá-la e vamos combatê-la."
Palavras que ressoam nas do ministro da Educação, Gabriel Attal, que prestou homenagem a todos os professores do país. "Todos os professores carregam o luto do assassínio do professor Dominique Bernard. O nosso país não se pode contentar com palavras simpáticas ou de testemunhos de ajuda para os nossos professores. O nosso país deve mostrar, com actos, que está do lado dos professores."
"Esta segunda-feira é um dia de solidariedade para os professores", acrescentou o ministro da Educação.
Nathalie Cazaze de Sanne é professora de história em Agen. Está preocupada com este novo ataque, mas diz estar mais determinada do que nunca em regressar às aulas esta segunda-feira. "Os terroristas em geral, os extremistas e islamitas também, querem que tenhamos medo. E isso eu não aceito. Não podemos ter medo, caso contrário eles ganham", descreveu.