As enormes cheias criadas pelo ciclone Idai deixaram regiões tão isoladas, que só agora, 12 dias depois, lá começa a chegar ajuda humanitária.
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O Programa Alimentar Mundial admite que haja ainda milhares de pessoas isoladas em Moçambique. O responsável do PAM na Beira, Pedro Matos, explicou que em zonas muito isoladas as pessoas só podem ser resgatadas por via aérea.
"O lago que foi criado pelas cheias é tão grande que nos começam agora a chegar relatos de algumas pessoas que se conseguem movimentar, a dizer que há outras que estão em bolsas isoladas. Agora chegámos lá de helicóptero e concluímos que há muitos milhares de pessoas que não sabíamos que estavam isoladas", admitiu Pedro Matos, em declarações à enviada da TSF, Dora Pires.
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Para distribuir alimentos básicos à população isolada, o Programa Alimentar Mundial está a colaborar com a World Central Kitchen. Esta organização não-governamental é a responsável por fazer chegar a comida aos centros de deslocados.
A passagem do ciclone Idai em Moçambique, no Zimbabué e no Maláui fez pelo menos 786 mortos e afetou 2,9 milhões de pessoas nos três países, segundo dados das agências das Nações Unidas.
Moçambique foi o país mais afetado, com 468 mortos e 1.522 feridos já contabilizados pelas autoridades moçambicanas, que dão ainda conta de mais de 127 mil pessoas a viverem em 154 centros de acolhimento, sobretudo na região da Beira, a mais atingida.