Projeto anti-radicalização dinamarquês dá nova oportunidade a quem regressa da Síria
Desde 2007 que a Dinamarca tem um projeto de anti-radicalização, que tem como alvo reintegrar jovens que estiveram na Síria e decidiram regressar ao país de origem. Nos últimos dois anos foram identificados cerca de 3 dezenas de casos.
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Entre 2012 e 2013 30 jovens dinamarqueses estiveram na Síria, este ano as autoridades só têm conhecimento de um. Jorgen Ilum, comissário da polícia de Aarhus, a segunda maior cidade da Dinamarca, diz que este é o resultado de muito trabalho junto dos familiares e sobretudo da comunidade muçulmana, que através do programa de anti-radicalização alertam as autoridades sempre que percebem que alguém quer seguir este caminho.
«Não nos interessa se estes jovens são política ou religiosamente radicais, a nossa preocupação é que não estejam radicalizados a um ponto em que já correm o risco de se tornarem violentos, extremistas ou terroristas».
O programa de anti-radicalização arrancou em 2007. Jorge Ilum diz que as autoridades já têm o perfil destes jovens: «a maioria pertence a uma segunda geração de emigrantes; são na maioria do Médio Oriente; muitos completaram ou estão a terminar um curso. Não são necessariamente das áreas mais pobres da cidade. Sabem o que estão a fazer».
O responsável pela polícia municipal de Aarhus sublinha que este projeto não apoia terroristas. «Se nós enquanto polícias tivermos motivos para acreditar que estes jovens pretendem cometer algum ato de terrorismo ou juntar-se a grupos terroristas ou se de facto pertenceram a algum grupo terrorista não hesitaremos em investigar e julgar».
Dos 30 dinamarqueses que entre 2012 e 2013 estiveram na Síria, 16 regressaram, com o sentimento de enorme desilusão. «Eles continuam religiosos, continuam muito crentes, mas também se sentem desiludidos, desapontados com o que viveram na Síria. Podem continuar a acreditar de certa forma no mundo islâmico, mas o que tentamos é ajudá-los a praticar a sua religião de acordo com a lei dinamarquesa».
Alguns destes jovens que viveram na Síria estão a receber apoio psicológico. A adesão ao programa é voluntária.