Pelo menos 10 pessoas já perderam a vida no decurso dos protestos contra a reforma da segurança Social que começaram na quarta-feira.
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Angel Gahona estava a fazer um vídeo em direto para o Facebook do jornal El Meridiano. Nas imagens, vê-se o jornalista numa reportagem sobre os danos de um multibanco na cidade de Bluefields quando é atingido por uma bala na cabeça.
Gahona teve morte imediata, de acordo com o jornal. No vídeo veem-se imagens difusas, muitos gritos e Angel Gahona caído no chão.
De acordo com a imprensa espanhola, Gahona era diretor do jornal El Meridiano e correspondente do Canal 6 Nicarágua.
Não há informações sobre o autor do disparo mas um jornalista local garante que as únicas pessoas armadas na zona eram agentes da polícia e forças de intervenção antimotim.
A morte de Angel Gahoan vem aumentar o número de vítimas mortais como resultado da violência na Nicarágua.
Pelo menos dez pessoas morreram na sequência dos protestos que que decorrem um pouco por todo o país desde quarta-feira. Os números foram avançados pelas autoridades mas uma organização de direitos humanos fala de 25 mortos.
Os manifestantes contestam as mudanças no sistema de segurança social anunciadas pelo governo da Nicarágua. A proposta do presidente Daniel Ortega prevê o aumento do contributo de empregados e empresas para o fundo de maneio do sistema e a redução do valor das reformas.
As manifestações de sexta-feira foram as mais violentas, com a mobilização das forças armadas e a utilização de munições reais.
Os confrontos entre polícia e manifestantes já provocaram mais de 100 feridos. Muitos edifícios governamentais em Manágua e outras cidades do país foram vandalizados.
O Governo da Nicarágua ordenou o corte da emissão de cinco canais independentes de televisão que divulgaram imagens dos protestos contra a reforma da segurança social.
Este domingo de manhã, o papa Francisco apelou ao fim da violência na Nicarágua.
"Estou preocupado pelo que está a acontecer na Nicarágua", declarou o papa, referindo "confrontos que causaram algumas vítimas". Francisco pediu "o fim da violência" e que "se evite um inútil derramamento de sangue", apelando a que "as questões se resolvam pacificamente e com sentido de responsabilidade".
O Presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, rompeu no sábado o silêncio que tinha mantido desde o início das manifestações para assegurar que o seu Governo está aberto ao diálogo sobre a reforma.