O governo dirigido por Carrie Lam confirmou hoje os dados preliminares que apontavam para uma nova queda do PIB. Dados são justificados, em boa medida, pela contestação social que já dura há quase seis meses.
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Só no terceiro trimestre do ano a economia de Hong Kong caiu 3,2%. Repete a queda registada de Abril a Junho quando a economia da antiga colónia britânica contraiu quatro décimas. Dois trimestres consecutivos no vermelho traduzem-se numa recessão técnica que o governo atribui, em primeiro lugar, à contestação social que afeta vários setores da economia - por exemplo, o turismo - mas também à guerra comercial entre a China e os Estados Unidos.
Vários "campus" universitários continuam, pelo quinto dia consecutivo, ocupados por manifestantes vestidos de negro. Estão barricados com "cocktails molotov", arcos e flechas. A agência Reuters conta que a polícia permanece na proximidade dos edifícios há dois dias. Os analistas escutados pela agência noticiosa temem que as autoridades, a qualquer momento, intervenham de forma musculada. Os sinais do protesto têm também reflexo nas estradas cortadas, ora com tijolos, ora com recurso a material inflamável.
A contestação já extravasou, entretanto, fronteiras. Ontem à noite a ministra da justiça de Hong Kong foi alegadamente agredida, em Londres, por opositores ao governo de Carrie Lam. A China denunciou uma "agressão bárbara" e exigiu medidas às autoridades do Reino Unido. Ao início da tarde, a polícia britânica anunciou a abertura de um inquérito.