Já se vota nos Estados Unidos. As urnas da costa leste abriram às 11 horas de Lisboa. Milhões de americanos escolhem novos membros do Senado e da Câmara dos Representantes. Trump não vai a votos... mas quase.
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Antes da abertura oficial das urnas em Nova Iorque, fomos medir o pulso ao eleitorado na cidade que nunca dorme.
Em dia de eleições não faltam apelos ao voto no centro de Nova Iorque. Apelos oficiais de candidatos na corrida e de grupos independentes, como um coro que encontrámos à porta de uma estação de metro, que veio aquecer a voz para rua contra Donald Trump.
Perguntamos de onde vêm, se têm filiação partidária e por que estão ali. Respondem que são um coro revolucionário, simpatizante do Partido Democrático, e que vieram apelar ao voto contra o Partido Republicano porque estão revoltados com a atual situação política no Congresso. "É absolutamente degradante o que estão a fazer", diz um dos elementos do coro.
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Entramos no metro e seguimos até Times Square para ouvir outras vozes. No caminho encontramos uma adepta de Trump que, apesar da pressa, tem tempo para elogiar o Presidente: "Acredito em Trump, acho que é fantástico e tenho pena que não lhe deem crédito e vejam as coisas boas que tem feito."
Mais à frente, outra voz, outra opinião, neste caso um antigo republicano que vota pelos democratas, desiludido com o rumo do partido. "Eu era republicano mas já não sou. O Partido Republicano perdeu todo o sentido e está num estado desastroso com Donald Trump."
Em Brooklyn ouvimos mais críticas, principalmente ao discurso do Presidente contra os imigrantes. Uma eleitora diz-nos que Trump incita o ódio e o desrespeito das pessoas e que vota mais à esquerda porque não se revê na retórica da direita.
Para outros, a cultura do medo alimentada por Trump está a dividir o país e a criar uma América paranoica: "Em Nova Iorque não se sente tanto isso porque é uma cidade aberta à diversidade, mas noutras regiões do país, mais conservadoras, as pessoas estão a ficar paranoicas com a ideia de uma invasão de imigrantes. Acho que isso é extremamente deprimente", diz-nos um rapaz com 25 anos.
Numa cidade dividida a única certeza é que dentro de poucas horas todos ficarão a saber para que lado vai o poder. Se o resultado das sondagens se confirmar, os Democratas vão acabar com a maioria republicana na Câmara dos Representantes, o que vai permitir equilibrar as forças do poder legislativo em Washington.
No entanto, esse cenário é o mais desfavorável para Donald Trump, que tem nestas eleições intercalares uma espécie de referendo aos dois primeiros anos de mandato. A imprensa norte-americana diz mesmo que o resultado de hoje vai permitir perceber se a eleição de Trump foi um devaneio dos norte-americanos ou um passo firme no futuro político do país.
*A TSF nas Eleições Intercalares dos EUA com o apoio da FLAD - Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento.