O PSOE, principal partido da oposição em Espanha, acusou o Governo de não ter dito a verdade sobre a origem da derrapagem do défice e ameaçou votar contra as medidas de austeridade.
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Esta sexta-feira, o novo governo espanhol, liderado por Marino Rajoy (PP), disse que afinal Espanha vai ter um défice de oito por cento e não de seis por cento como inicialmente previsto e responsabilizou o anterior executivo do José Luis Rodriguez Zapatero (PSOE) por esta situação.
No mesmo dia, o Executivo aprovou, em Conselho de Ministros, o seu primeiro plano de austeridade.
Este sábado, depois de uma reunião do grupo parlamentar socialista, Perez Rubalcaba, líder da bancada do PSOE, pediu explicações ao Governo de centro direita, exigindo a presença do primeiro-ministro no Parlamento, e avisou que os socialistas não concordam com o plano de austeridade.
Alfredo Perez Rubalcaba considerou que o plano do PP vai arrastar Espanha para uma grave depressão, destruir o emprego e impedir o crescimento da economia espanhola.
O líder parlamentar do PSOE afirmou que o que está em causa é trabalhar mais e ganhar menos, por isso, ameaçou votar contra o pacote de medidas de austeridade.
O candidato derrotado nas eleições de Novembro acusou ainda o governo de direita de mentir quanto à origem do défice de oito por cento, afirmando que a derrapagem orçamental tem a ver com a despesa das comunidades autónomas e das câmaras municipais e não com a administração central.
Garantiu também que o PSOE forneceu ao PP todos os dados de que dispunha e que os populares consideraram mesmo que se tratou de uma passagem de serviço exemplar.
Alfredo Perez Rubalcaba acusou o governo de Mariano Rajoy de recorrer a truques complicados, nomeadamente no que diz respeito ao aumento de impostos. O PSOE reconheceu que esse aumento é necessário, mas tem que ser justo e não atingir apenas os jovens e as classes média e baixa.
O líder parlamentar socialista deixou ainda uma sugestão: um aumento imediato de impostos para as maiores empresas e para as grandes fortunas.