O PSOE está disposto a liderar um Governo com independentes, com o apoio do Podemos e do Compromís, para evitar novas eleições em Espanha. O Ciudadanos está contra.
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Os socialistas espanhóis lançaram uma oferta de última hora, uma tentativa de acordo in extremis, para tentar formar Governo em Espanha e evitar que o Rei convoque novas eleições.
O partido Compromís apresentou esta terça-feira uma proposta que reúne seis partidos da esquerda e torna possível a eleição de Pedro Sánchez. O PSOE respondeu que está disponível para aceitar várias medidas e assim conseguir o apoio do Podemos e do Compromís. No entanto, o partido já avisou que não renuncia ao pacto feito com o Ciudadanos.
O acordo pressupõe que Pedro Sánchez lidere um governo com independentes, que todas as formações signatárias se comprometam a aceitar e apoiar dois Orçamentos do Estado e que Pedro Sanchéz seja submetido a uma moção de confiança daqui a dois anos, em junho de 2018.
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O porta-voz do PSOE, Antonio Hernando, revelou que aceitou 27 das 30 medidas contidas na proposta apresentada pelo Compromís para se atingir um acordo de governo.
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Entretanto, o presidente do Ciudadanos (centro-direita) já veio afastar a possibilidade de apoiar um acordo "in extremis" do PSOE com a restante esquerda, afirmando que "nem comenta" o documento por não lhe parecer razoável.
"Estava na reunião com o rei quando soube desse acordo. E vi três paginas para governar Espanha durante quatro anos, com um governo com seis partidos diferentes, apresentadas no último dia do prazo. Acho que está tudo dito. Acho que nem é algo que se deve comentar, porque não me parece razoável", disse Albert Rivera.
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O Rei Filipe VI conclui esta terça-feira a última ronda com os partidos. De manhã, o monarca recebe Albert Rivera do Ciudadanos, e Pablo Iglesias, do Podemos. À tarde, ouve Pedro Sánchez, do PSOE, e Mariano Rajoy, o primeiro-ministro em funções e líder do PP. Esta é a última semana antes de terminar o prazo para ser alcançado um acordo de Governo.
É a terceira vez que o Rei recebe os representantes dos partidos com assento parlamentar desde as eleições legislativas de 20 de dezembro. As audições são um requisito legal, garantido na Constituição espanhola, antes de o chefe de Estado convidar um candidato a uma sessão de investidura, na qual os deputados elegem um presidente do Governo.