Lula da Silva, de 72 anos, é o favorito em todas as sondagens de intenção de voto para as presidenciais do Brasil, que se realizam em outubro.
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O Partido dos Trabalhadores (PT) formalizou esta quarta-feira a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, às 17h25 locais (21h25 em Lisboa), junto do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília. A informação consta na página de Lula da Silva na rede social Twitter.
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Lula da Silva, de 72 anos, é o favorito em todas as sondagens de intenção de voto para as presidenciais do Brasil, que se realizam em outubro, arrecadando cerca de um terço das intenções de voto, o dobro de qualquer outro candidato.
Perto da hora limite para a oficialização de candidaturas, o PT registou o nome de Lula da Silva como concorrente, apesar do antigo presidente estar preso e de ter sido condenado por órgão colegiado de justiça, o que o enquadra na Lei da Ficha Limpa.
O antigo Presidente está preso após ser condenado em duas instâncias da Justiça brasileira, num processo em que é acusado de ter recebido um apartamento de luxo na cidade litoral do Guarujá como suborno da construtora OAS, em troca de favorecer contratos desta empresa com a petrolífera estatal Petrobras.
Este processo ainda não terminou, uma vez que estão pendentes recursos apresentados pelos advogados de Lula da Silva em tribunais superiores.
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À partida, o processo vai agora arrastar-se por semanas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e outras instâncias.
Gleisi Hoffmann, presidente do PT, foi à sede do TSE, em Brasília, acompanhada por Fernando Haddad, o substituto de Lula caso ele não possa concorrer, e de Dilma Rousseff, ex-presidente da República.
Nas imediações do local, milhares de militantes do PT - 50 mil, segundo os organizadores, 10 mil, de acordo com a polícia - transformaram o ato meramente burocrático num evento político.
O próximo passo, à partida, será a apresentação de um pedido de impugnação da candidatura de Lula pelo ministério público ou por um dos outros 12 candidatos. O TSE nomeará então um relator do processo, notificará Lula, ouvirá testemunhas e recolherá provas se necessário - mas até dia 17 de Setembro, no máximo, dá um veredito.
O caso até pode seguir nos tribunais, com recursos ao Supremo Tribunal Federal, mas a decisão do TSE é imediatamente aplicada nas eleições.
"Só não serei candidato se morrer, renunciar ou for arrancado pela justiça eleitoral", afirmou em carta o próprio Lula.
O mais provável, segundo praticamente todos os observadores e inclusivamente o próprio PT, é que Lula seja impedido de concorrer e nesse caso, o partido avançará com o nome de Haddad, também do PT e de Manuela D"Ávila, do PCdoB, como pretendente a vice.