Carles Puigdemont criticou esta segunda-feira o silêncio da Europa, comparando a Catalunha à intervenção turca contra os curdos na Síria.
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O antigo presidente da Generalitat da Catalunha, o independentista Carles Puigdemont lançou esta segunda-feira críticas à União Europeia pelo seu "silêncio" perante a atuação do Governo espanhol para com o independentismo catalão, comparando a situação atual à intervenção militar turca contra curdos.
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"A Europa que hoje se cala perante as autoridades turcas é a mesma Europa que se calou cobardemente, quando a polícia de um Estado-membro agrediu com uma violência horrível um povo que tinha saído para votar", afirmou o antigo presidente da Generalitat da Catalunha, para quem as decisões judiciais, reveladas esta segunda-feira, devem ser um fator de mobilização entre os independentistas.
"Hoje, num momento em que se confirma a negação do Estado espanhol a articular qualquer proposta de diálogo e de respeito, e em que a brutalidade judicial volta a enterrar as esperanças dos que acreditavam que o Estado retificaria a falha para com a realidade, cabe-nos mobilizarmo-nos sem desesperar e sem medo", afirmou numa conferência de imprensa em Bruxelas.
"Não podemos resignar-nos a aceitar o Status Quo agressivo que ameaça o futuro dos nossos filhos e filhas. Não podemos resignar-nos - como catalães, nem como europeus -, porque a democracia europeia precisa reforçar-se perante a voracidade autoritária que percorre o mundo", defendeu.
Carles Puigdemont reagiu à sentença aplicada pelo juiz do Tribunal Supremo Espanhol, Pablo Llarena, aos líderes independentistas. O magistrado renovou a emissão de um mandado de captura europeu, contra Puigdemont, que se encontra num suposto "exílio" na Bélgica, desde os dias a seguir ao "referendo", realizado a 1 de outubro de 2017.
Os líderes independentistas foram esta segunda-feira condenados a penas que vão dos nove aos 12 anos de prisão efetiva. Os antigos governantes Raül Romeva, Jordi Turull e Dolors Bassa foram sentenciados, pelos crimes de sedição e desvio de fundos públicos, a 12 anos de prisão.
A antiga presidente do Parlamento catalão Carme Forcadell foi condenada a 11 anos e seis meses de prisão pelo crime de sedição. Joaquim Forn e Josep Rull receberam penas de dez anos e seis meses. Os "Jordis" - Jordi Sánchez e Jordi Cuixart - foram condenados a nove anos de prisão.
Esta segunda-feira, o juiz Pablo Llarena deu como provada uma estratégia planeada para a independência da Catalunha, enquanto Estado republicano, separando-se do restante território espanhol.