Carlos Gaspar, director do Instituto Português de Relações Internacionais, lembrou, contudo, que não há «oposição a Putin e à elite dos aparelhos de segurança que ele representa».
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O director do Instituto Português de Relações Internacionais assinalou que Vladimir Putin foi eleito por uma «maioria absoluta muito expressiva, embora as condições de competição democrática na Rússia não sejam comparáveis às que existem numa democracia pluralista do tipo ocidental».
«Continua a não haver uma oposição a Putin e à elite dos aparelhos de segurança que ele representa», notou Carlos Gaspar.
Para este especialista em Relações Internacionais, «nem os velhos opositores, como o chefe do Partido Comunista, nem a nova geração têm uma representatividade e partidos políticos suficientemente sedimentados para poderem representar uma oposição séria a Putin».
Ouvido pela TSF, Carlos Gaspar considerou ainda que esta situação dá a Putin «à partida as condições para fazer as reformas internas e externas necessárias».
«A Rússia está numa posição relativamente favorável quer em relação à Europa quer em relação à China e precisa de reconstituir um consenso nacional interno para poder rever e recalibrar a sua política externa para poder cumprir aquele que é o programa de Putin e da sua geração: restaurar a Rússia como uma grande potência», frisou.