Putin disponível para discutir com Trump possível acordo de cessar-fogo na Ucrânia
A agência Reuters refere que o Presidente russo descarta fazer grandes concessões territoriais e insiste que Kiev terá de abandonar as ambições de se juntar à NATO
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Vladimir Putin está disponível para discutir com Donald Trump um possível acordo de cessar-fogo na Ucrânia. No entanto, o Presidente russo descarta fazer grandes concessões territoriais e insiste que Kiev terá de abandonar as ambições de se juntar à NATO.
A informação é avançada pela agência Reuters, que cita cinco fontes do Kremlin que indicam que a Rússia pode concordar em congelar a guerra ao longo das linhas da frente, na região do Donbass. Os cinco antigos e atuais funcionários russos, citados pela Reuters, acreditam que ainda há espaço e abertura por parte de Moscovo para negociar a divisão das quatro regiões anexadas: Donetsk, Lugansk, Zaporijia e Kherson.
Putin já tinha alertado que qualquer acordo de cessar-fogo deveria refletir as "realidades" locais, mas que temia uma trégua de curta duração que só permitiria ao Ocidente rearmar a Ucrânia. "Se não houver neutralidade, é difícil imaginar a existência de quaisquer relações de boa vizinhança entre a Rússia e a Ucrânia", disse o Presidente russo. "Porquê? Porque isso significaria que a Ucrânia seria constantemente usada como uma ferramenta nas mãos erradas e em detrimento dos interesses da Federação Russa", sublinhou.
Duas das fontes citadas pela Reuters referem ainda que a decisão de Joe Biden de permitir que a Ucrânia dispare mísseis de longo alcance norte-americanos contra a Rússia pode complicar a atrasar qualquer acordo de cessar-fogo. Na terça-feira, Kiev utilizou pela primeira vez os mísseis ATACMS para atingir território russo - uma decisão que Moscovo classificou como uma "escalada muito perigosa".
Também na terça-feira, o Presidente russo, Vladimir Putin, assinou um decreto que permite o uso alargado de armas nucleares contra qualquer "agressão" por parte de um "Estado não nuclear, mas com a participação ou apoio de um país nuclear".
Putin advertiu, no final de setembro, que Moscovo já poderia usar armas nucleares no caso de um "lançamento massivo" de ataques aéreos contra a Rússia e que qualquer ataque realizado por um país não nuclear, como a Ucrânia, mas apoiado por uma potência com armas atómicas, como os Estados Unidos, poderia ser considerado uma agressão "conjunta", exigindo potencialmente o uso de armas nucleares.
