O Presidente russo reiterou hoje ao seu homólogo norte-americano, Barack Obama, que o referendo através do qual a Crimeia decidiu reunificar-se com a Rússia é totalmente legítimo.
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Numa conversa telefónica, Putin sublinhou a Obama que o referendo está em conformidade com o direito internacional e com os estatutos da ONU e recordou o precedente do Kosovo, cujo parlamento proclamou unilateralmente a independência da Sérvia em fevereiro de 2008, indicou o Kremlin em comunicado.
«Foram discutidos diversos aspetos da situação de crise na Ucrânia. Putin chamou a atenção para a incapacidade das atuais autoridades de Kiev para acabar com os excessos dos grupos ultranacionalistas e radicais que estão a desestabilizar a situação e a aterrorizar cidadãos pacíficos, entre os quais a população russófona e os nossos compatriotas», lê-se no texto, citado pela agência de notícias espanhola, EFE.
Ambos os responsáveis falaram sobre a possibilidade de enviar à Ucrânia uma missão de observação da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE) e, «na opinião do Presidente russo, a atividade dessa missão deve estender-se a todas as regiões da Ucrânia», e não apenas à Crimeia, segundo o documento.
Putin e Obama acordaram que «apesar das diferenças de perspetiva, é necessário procurar em conjunto meios de estabilizar a situação na Ucrânia», referiu o Kremlin, frisando que a conversa telefónica foi iniciativa do Presidente norte-americano.
Mais de 95 por cento dos votantes aprovaram hoje, num referendo considerado ilegal pela comunidade internacional, a reunificação da península ucraniana da Crimeia com a Rússia, segundo os primeiros resultados oficiais preliminares, quando estão contados 50 por cento dos votos.
De acordo com o presidente da Comissão Eleitoral local, Mikhailo Malychev, 3,5 por cento votaram a favor de que a Crimeia permaneça na Ucrânia com mais poderes autónomos e um por certo foram votos nulos.