Putin diz que foram encontrados fragmentos de granadas nos corpos do acidente que matou Prigozhin
Líder russo nega qualquer "impacto externo" no jato que caiu em agosto com o líder e membros da cúpula do Grupo Wagner a bordo.
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O Presidente da Federação Russa, Vladimir Putin, revelou esta quinta-feira que terão sido encontrados fragmentos de granadas de mão nos corpos das vítimas do acidente com o avião em que seguia Yevgeny Prigozhin.
Putin garante também, em declarações citadas pela agência France-Presse, que a queda do avião não foi provocada por qualquer impacto externo.
"O líder do comité de investigação reportou há poucos dias que foram encontrados fragmentos de granadas de mão nos corpos das vítimas do desastre aéreo. Não houve impacto externo no avião", disse numa conferência.
A queda do avião em que seguia Yevgeny Prigozhin aconteceu em agosto e matou o líder do grupo Wagner poucas semanas após este ter avançado em direção a Moscovo, acompanhado do seu grupo mercenário.
Tanto a Ucrânia (país alvo de uma invasão russa desde fevereiro de 2022) como o Ocidente suspeitam que a queda da aeronave não foi um acidente, mas sim um atentado, uma tese negada por Moscovo.
O jato particular que transportava Prigozhin e a sua guarda caiu ao final da tarde do 23 de agosto na região de Tver, a noroeste de Moscovo, levantando imediatamente suspeitas de um assassinato orquestrado pelo poder russo.
A autoridade de aviação civil da Rússia disse então que Prigozhin, 62 anos, e alguns dos seus principais tenentes estavam na lista de passageiros e tripulantes a bordo do avião.
O vice de Prigozhin, Dmitry Utkin, bem como o mentor da logística do grupo Wagner, Valery Chekalov, também morreram no acidente.
Em Washington, Paris, Berlim ou Kiev, altos funcionários deram a entender que as suas suspeitas recaíam diretamente sobre o Kremlin.
Uma avaliação preliminar dos serviços de inteligência dos EUA concluiu que uma explosão intencional causou a queda do avião e um dos responsáveis ocidentais que descreveu esta avaliação inicial lembrou a "longa história de Putin de tentar silenciar os seus críticos".
Por seu lado, o Kremlin negou ter ordenado o assassinato de Prigozhin, qualificando estas insinuações como "especulação" e "uma mentira completa".
Yevgeny Prigozhin foi o fundador e chefe da força mercenária Wagner, que organizou um motim de um dia inteiro contra os militares russos, liderando os seus mercenários da Ucrânia em direção a Moscovo. O presidente Vladimir Putin classificou o ato como "traição" e prometeu punição aos envolvidos.
No entanto, o Kremlin acabou por fechar um acordo com Prigozhin para pôr fim à revolta armada, deixando-o sair em liberdade sem enfrentar quaisquer acusações e reinstalar-se na Bielorrússia.