Majid Tafreshi, embaixador do Irão em Portugal, fala sobre tudo aquilo que está ao rubro no Médio Oriente, numa entrevista a vários meios portugueses, entre os quais a TSF. Chama "combatentes da liberdade" ao Hezbollah, diz que o Líder Supremo "não precisa de se esconder" e faz votos de paz e cooperação na região
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O Embaixador iraniano em Lisboa acredita que Portugal pode ter um papel relevante na procura de uma solução de paz para o Médio Oriente. A declaração foi feita numa entrevista a jornalistas portugueses ao final desta manhã:
"Sim, exatamente. Acredito que muitos fóruns em todo o mundo nos últimos 200 anos aconteceram em alguns lugares que talvez não fossem previsíveis. Quero dizer, muitas conferências, e em Lisboa também tivemos anteriormente conferências para a Europa. Acredito também nesse ponto de vista. Oficialmente, esses gestos são bons e são gestos poderosos. E vocês conhecem a imagem de Portugal perante os outros países, especialmente os países do Médio Oriente, no meu país, penso que Portugal poderia ser uma boa base para negociar e começar negociações qualquer disputa em todo o mundo, inclusive no Oriente Médio, inclusive sobre, quero dizer, sobre Gazas, qualquer assunto, até mesmo a Ucrânia".
Ali, ainda de microfones desligados, o senhor afirmou que o Irão não tem inimigos, os inimigos são criados por situações existentes. Pergunto-lhe se Israel não é inimigo do Irão?
Israel... você também vê qual é o significado de inimigo. Eles aterrorizaram e mataram os nossos cientistas. Eles bombardearam as nossas instalações e vocês sabem que eles mataram muitas pessoas do Irão e de todo o mundo; já o fizeram. Precisa ser resolvido. É uma nação que precisa resolver os problemas com palestinianos e árabes, em vez de colocar outros em perigo na guerra ou, você sabe, no sistema de retaliação ou em legítima defesa.
Até vos forçaram a esconder o líder supremo, o Ayatollah Ali Khamenei? Ele está a esconder-se? Ele está em Teerão? Está no Irão?
Acho que você o viu talvez quando ele esteve nas orações de Sexta-feira passada a orar diante dos olhos milhões de pessoas. O Ayatollah Ali Khamenei é corajoso o suficiente para não se esconder, ele próprio é um veterano de guerra. Ele muitas vezes participou na guerra imposta contra o Irão. Ele era um soldado e ao mesmo tempo líder, ao mesmo tempo presidente e, digamos, membro do Parlamento. Não, não há necessidade de esconder que o Irão é suficientemente seguro para proteger os seus indivíduos e líderes e outros, até diplomatas que moram no Irão, e milhares de pessoas de outros países que vivem no Irão, estamos seguros e temos poder suficiente para os proteger.
Não foi poderoso o suficiente para proteger Ismail Haniyeh (o lider politico do Hamas, morto com um bobardeamento em Teerão)…
Não estávamos numa situação de guerra, por exemplo, como Portugal não está, ninguém declarou guerra contra nós. Então isto é um ataque terrorista. Um ataque terrorista pode estar a acontecer em qualquer lugar e a guerra contra um ataque terrorista não é um privilégio militar.
Posso perguntar-lhe quanto é que isso custa? Porque o Irão não tem recursos ilimitados como qualquer outro país. Tendo isso em conta, quanto custa por ano o apoio que o Irão tem dado ao Hezbollah durante anos e décadas?
Não faço ideia, mas, como sabe, o apoio aos combatentes da liberdade baseia-se no direito internacional. É uma obrigação, uma vez que apoiar os refugiados, aceitar os refugiados de todo o mundo é uma parte do direito internacional, uma parte do direito internacional é apoiar aqueles que estão a tentar a autodeterminação.
Então o Hezbollah não é uma organização terrorista, é um movimento de luta pela liberdade?
Veja, no Líbano votaram neles para o Parlamento.
Colocamos a mesma questão em relação ao Hamas e aos Houthis do Iémen…
Sobre... novamente, se está a falar sobre os Houthis, sobre o Hamas, voltemos ao sistema de votação deles, examinem a posição do sistema de votação deles. Foram eleitos. Nesse momento você pode entender e pode descobrir qual é a realidade. Eles são um grupo terrorista ou fazem parte da nação?
Tem medo que Israel possa bombardear infra-estruturas e instalações nucleares iranianas?
Qualquer ataque ao Irão deverá ter o seu próprio feedback, as suas consequências e penso e gostaria que nunca tal catástrofe acontecesse porque o seu feedback será mais doloroso. Então, é importante que na comunidade internacional, todos lutem pela paz e todos tentem deter a mesma entidade que é aquela que destruiu Gaza, ocupou o Sinai, ocuparam os Montes Golã, rejeitaram as centenas de resoluções da ONU, sempre a mesma entidade. Quando se fala do Irão, é preciso ver quem está do outro lado, depois precisamos de pedir - todos têm de lhes pedir - que parem com o abuso da força e tentem respeitar o direito internacional, respeitar o Secretário-Geral, não desprezar os veredictos da ICJ (Tribunal Internacional de Justiça), não despreze os pedidos do secretário-geral, não mate o pessoal das Nações Unidas naquela fronteira, não mate os médicos, não mate os cidadãos. Os israelitas são muito poderosos no ataque às suas vítimas. Porquê? Eles estão a matar crianças inocentes, isso é um desastre. Crianças, mães, pais, pessoas vulneráveis, pessoas com deficiência. Nenhuma isenção aqui. Tudo decapitado. Infelizmente, em Gaza e agora no Líbano.
Tal como o que o Hamas fez no dia 7 de Outubro…
No caso do dia sete de outubro, penso que deveria ser analisada a razão por que aconteceu, mesmo que lhe chamem um ataque terrorista, deve ser analisado. Não será uma resposta ao que aconteceu 100, mil vezes, mais do que isso? Sem qualquer distinção de proporcionalidade, sem qualquer obediência à lei da guerra. E depois uma vingança para, sabe, ceifar uma nação, 2.000.000 de evacuações em nome da auto-defesa de um ataque terrorista? Auto-defesa dentro do território ocupado? O que é impossível com base no parecer do Tribunal Internacional de Justiça de 2004.
Desde o que aconteceu nesse dia e ao longo deste ano, o que aconteceu em Gaza, no Líbano e depois as ameaças entre Israel e o Irão, acredita mesmo que pode haver paz no Médio Oriente?
Pessoalmente, acredito que a paz e um dos registos de paz é que em tempos muito difíceis de guerra, é uma boa altura para acabar com ela. Não nos diz respeito a nós. É preciso perguntar aos palestinianos. E depois aos israelitas e àqueles que os apoiam. Penso que agora é a altura certa, porque as consequências do abuso de poder têm os seus próprios custos e aumentam de dia para dia.
Se perguntarmos àqueles que apoiam Israel também perguntamos a quem apoia o Hezbollah e o Hamas, no caso, o Irão…
Mais uma vez, voltamos à questão: quem está a fazer autodefesa, quem está a fazer autodeterminação e quem é ocupante? Não percam a essência de cada um. A essência de cada questão volta a ser a de há 78 anos atrás: aquilo que decidiu a comunidade internacional e por que razão tem sido violado dia após dia? É isto que deve ser objeto de uma engenharia inversa e encontrar uma forma de paz, de verdadeira paz. A verdadeira paz é voltar a reconhecermo-nos uns aos outros. E pacificamente, ter uma coexistência conjunta.
O Irão está a apoiar a Rússia na guerra na Ucrânia?
Nunca tivemos uma posição assim; sempre encorajámos ambas as partes a negociar em vez de pedir a alguns países da UE que aumentassem o seu orçamento de defesa.
Mas há cooperação militar com a Rússia...
Que tipo de cooperação militar? É uma cooperação militar baseada no direito internacional, é legal. É vender e comprar com base no direito internacional e temos uma convenção para o efeito. Temos uma convenção sobre relações bilaterais. Não é apoiar, apoiar é ser parte numa guerra. Nos últimos 300 anos, nunca pertencemos a nenhum bloco de guerra, nem mesmo na primeira e na segunda guerra mundial.
Portanto, não estão a ser utilizados drones iranianos na Ucrânia...
Não ouvi falar de tentativa de utilização por parte do Irão, mas pelo que percebi temos cooperação militar com a Rússia, mas não é de agora, não é de há dois anos. É muito mais antiga do que isso, não com a Rússia, mas com muitos países, exportamos e importamos. Este tipo de actividades, se forem de auto-defesa e de cooperação com base no direito internacional, penso que sim. Mas, mais uma vez, não devemos perder de vista a realidade: por que razão aconteceu uma catástrofe tão grande na Ucrânia e o que aconteceu depois do fim do Pacto de Varsóvia e com o alargamento da NATO, estas são as histórias mais importantes que precisam de ser investigadas por académicos e por verdadeiros políticos que afirmam representar as suas nações. As nações não têm qualquer problema em unir-se. Se os governos forem democraticamente eleitos, eles precisam de seguir a vontade da sua nação. As nações gostariam de ter uma coexistência pacífica entre si.
A maioria das nações aderiu à NATO porque os respetivos parlamentos votaram a favor dessa adesão. Então isso é auto-determinação, certo? O alargamento foi uma escolha dos países…
O que é que aconteceu para a adesão à NATO? Cria-se um ambiente de medo e depois diz-se: tens duas opções, ou te juntas à NATO ou morres. Portanto, isso é relevante. Por exemplo, numa fase, não se pode fazer de uma questão uma ameaça e, ao mesmo tempo, encorajar a outra questão e sabe exagerá-la. Isto é importante. Depois, se não tivermos outra opção, podemos aderir à NATO, ou talvez estaremos sujeitos a uma grande ameaça. Que ameaça? Mais uma vez, acho que isto é sempre ambíguo.
Aconteceu o que aconteceu com a Crimeia primeiro…
Por exemplo, deve voltar à questão de saber por que razão precisamos da NATO. Esta é uma questão de saber porque precisamos da NATO? Precisamos dela porque a NATO é uma instituição de orientação militar? Porque é que precisamos dela ? Para nada. O que é que aconteceu quando o Pacto de Varsóvia colapsou? Nada. Os países têm a sua independência. A Polónia, Lituânia, Estónia, Letónia, vivem em união. Para quê alargar mais para o outro lado, quando se vê precisamente que é isso que está a acontecer? Estamos a instigar medo no outro lado, mesmo que nada aconteça. Para que precisamos de uma NATO tão grande? O que a comunidade internacional precisa de fazer é livrar-se das armas. Estamos a lutar por uma zona livre de armas nucleares como um gesto de boa vontade. Precisamos de uma zona livre de guerras e de armas de destruição em massa. É sobre isto que a comunidade internacional precisa de lutar. De outra forma, como já referi, as novas ameaças e as novas técnicas podem constituir uma grande ameaça para a comunidade internacional. Se pensarmos no sistema cibernético, então um novo ator, não necessariamente governamental, pode ser uma grande ameaça para a comunidade internacional.
Então se o Irão está a pensar numa zona livre de armas de destruição em massa, quer dizer que não devemos dar atenção ao facto de um conjunto de deputados iranianos ter apresentado uma proposta no parlamento para que possa ser alterada a fatwa do Ayatollah Ali Khamenei, no sentido de o programa nuclear ter fins militares e não apenas pacíficos e para civis, ou seja, pretendem chegar à bomba…
Isto é democracia. Nas democracias, temos o direito de dizer tudo o que quisermos, mas devemos basear-nos em algo. O veredito do Ayatollah Ali Khamenei é claro: é proibido.
Na guerra imposta por Saddam contra o Irão, que muitos países apoiaram incluindo alguns árabes, utilizaram contra nós armas químicas e nós não as utilizámos. O mesmo tipo de política aconteceu durante a Segunda Guerra Mundial. O Reino Unido, a França e a Alemanha bombardearam as suas cidades, nós não utilizámos armas químicas contra o Iraque, mesmo tendo acesso a elas. Isto são só algumas ideias quando algumas pessoas dizem que os devíamos atacar com armas químicas, mas isso nunca deve acontecer. A tolerância é uma parte muito importante da nossa política externa. Mas o outro lado deve compreender e saber que temos acesso a informação suficiente para dispor desta tecnologia. Mas proibimo-la devido aos nossos valores islâmicos e de orientação humana, como referiu o nosso líder.
Diz que o uso do hijab não é compulsório, que nas cidades só 85% das mulheres usam? Vislumbra que possa haver no Irão um referendo sobre o uso do hijab?
Precisamos de respeitar a diversidade de culturas. Sabe, não vos perguntamos porque é que bebem álcool e matam muitas pessoas na rua por causa disso. Não nos perguntam porque é que é proibido beber álcool nos valores islâmicos. O álcool é proibido. Não é permitido beber. E é um castigo muito grande se beberes e matares pessoas. O hijab é uma vestimenta legal, sublinho que isso já se baseia nos valores islâmicos, reconhecidos na nossa Constituição e, em 1980, penso que em maio ou junho, no nosso referendo 98,2% mencionaram que queríamos ter esta Constituição e estas partes da Constituição. O povo votou a favor desta Constituição, que prevê que os valores islâmicos sejam respeitados. Um dos valores islâmicos é o hijab, o hijab não é uma limitação. O hijab não é um peso de 5 quilos sobre a cabeça, são cinco ou dez gramas combinadas com um lindo vestido que 80% ou 90% das senhoras respeitam e vocês podem, por isso é a razão pela qual os convido a ir ao Irão e perguntar às pessoas se querem o hijab ou não. E se algumas pessoas não gostam é lá com elas, mas vir para a rua sem o hijab não é legal. O que é que fazemos? Recomendamos e pedimos que usem. Nunca prendemos ninguém. Não se trata de um crime codificado. É apenas uma moral que respeita a comunidade, que respeita as pessoas. É como nos EUA há 40 anos também não se podia ir para a praia ou andar com calções curtos, com menos de 40 ou 50 centímetros. Vejam no Google. Nesse caso, está a codificar a pertença à crença dessa nação. Não podemos dizer que, porque na UE não há hijab ou porque no Reino Unido há comida halal, não se acredita na comida halal, por exemplo. Quando somos muçulmanos, comemos halal. A comida israelita, Kosher, por exemplo, é um valor que deve ser respeitado. Em qualquer parte do mundo.
A polícia não é violenta, portanto todas as notícias são falsas, tudo o que chega à Europa do Irão, sobre a Polícia da Moralidade, os protestos, a violência, é tudo falso, tudo fake news…
Acreditem em mim, esse exagero está em todo o lado. Se algo aconteceu, se um polícia ou dois polícias o fizeram não é indicativo de um quadro mais geral, a polícia da moralidade está apenas a aconselhar verbalmente e, por vezes, a pedir-lhes que venham à esquadra e a mostrar-lhes que este é o trabalho, isto é totalmente baseado no respeito. Não permitimos que a nossa polícia… não permitimos que empurrem, batam ou qualquer outra coisa que seja ilegal. Não estou a dizer que se alguns polícias têm menos tolerância ou se aconteceu alguma coisa que talvez seja um caso excecional, mas não se pode expandir para toda esta entidade. Esta entidade baseia-se novamente na Lei do Ministério da Administração Interna, que volta ao parlamento. A lei complementar é devolvida ao voto das pessoas que votaram neste deputado e vai para o Parlamento. Não são estes os problemas. O problema para o Irão são as sanções ilegais que torturam todas as pessoas no Irão e até o Relator Especial mencionou a morte silenciosa de algumas pessoas que morrem no hospital devido à falta de medicamentos suficientes. Aqueles que estão sob o nome de sancionados, aqueles que em nome das sanções não nos fornecem este tipo de medicamentos, não podem vir falar sobre o hijab. Mesmo as pessoas com hijab ou sem hijab são afectadas por este tipo de irresponsabilidade por parte de alguns países europeus; infelizmente, a talassemia e o cancro da mama são um problema.
É claro que, felizmente, somos auto-suficientes em muitos pontos de vista da medicina. E depois até exportamos para muitos países agora, mas, mais uma vez, estas sanções ilegais mantêm-se. Então, por favor, concentrem-se nesta parte da ilegalidade, não apenas no hijab ou em algum tipo de comportamento dentro do Irão. Os iranianos sabem como lidam entre si. Temos um país muito hospitaleiro, um dos mais hospitaleiros do mundo. Aconselho vivamente os portugueses a irem ao Irão. Visitar o Irão, acho que com a visita se pode descobrir muitas perguntas e responder a muitas perguntas, ver no terreno o que acontece. Por exemplo, conheci um polícia de Portugal e disse-lhe que se quisesse ver como é difícil para nós travar os contrabandistas, o tráfico ilegal, a vinda de seres humanos, mandava-o ir à fronteira do Irão com o Afeganistão e o Paquistão, para ver como é um trabalho muito difícil. Até ao momento, perdemos 4500 soldados no combate ao tráfico ilegal e aos contrabandistas, nomeadamente de ópio e heroína, entre outros. Porquê? Porque assim, os vossos filhos estão aqui menos afectados. Poderíamos dar um corredor aberto aos traficantes, davam-nos a nossa comissão e podiam enviá-la para qualquer parte da Europa, para qualquer lugar. Mas nós impedimo-los. Porque é que este tipo de comportamento não é valorizado neste país islâmico? Sabem que este é o símbolo da democracia, então se vão falar sobre o sistema, têm de ver como é que o sistema funciona? Este nosso sistema está a ser pressionado por sanções ilegais, mas até ao momento, mesmo com todas estas sanções, a taxa de alfabetização e literacia no Irão passou de 50% para 95%, a Universidade do Irão aumentou 10 vezes o número de alunos. São maiores a liberdade de expressão, a liberdade e o direito de escrever e de publicar. Quantos milhares de livros são publicados por ano? Quantos filmes são produzidos e rodados? São estas as realidades em que vivemos. Somos um país vivo no mundo. E quem me dera que com a ajuda portuguesa e a abertura de espírito da sociedade ocidental, os países poderão transmitir mais realidades sobre o Irão à sociedade ocidental e engrandecer novas nações. É por isso que a responsabilidade dos media é tão importante, se eles continuarem a fazer sensacionalismo, se continuarem a dizer apenas o que lhes apetece, os grandes meios de comunicação perderão a sua credibilidade.
É o mesmo para o Irão que ganhar Donald Trump ou Kamala Harris? É o mesmo para o Irão?
O nosso Líder Supremo já respondeu a essa questão dizendo que não há grande diferença para nós. Mas gostaria de acreditar, pessoalmente, que os Estados Unidos, que estão a perder o seu crédito de dia para dia, podem ser uma superpotência muito mais bem sucedida. Mas não com o envolvimento em guerras não necessárias. Como Trump, uma vez mencionou que perderam 7 triliões de dólares só no conflito do Médio Oriente. Para quê? Basta mostrar-me uma fotografia de cinco pessoas e a imagem dos soldados americanos nos caixões para dizerem: ‘obrigado. Deus vos abençoe’. Não é possível. Não se consegue encontrar uma fotografia destas em todo o mundo, porque as pessoas perceberam que isto é uma invasão. Então, o que estão a fazer no meu país? Penso que este tipo de políticas são más e se forem seguidas por Trump ou por Harris, nenhum deles terá mais sucesso. Precisam de ser um avô, um avô a sério. Mas parece que são um padrasto para muitos países e estão a tentar abusar do seu poder contra outros. Depois, isto vai fazer repetir a sua política e outros novos actores não tardarão a erguer-se.