"Qualquer dano à central nuclear é suicídio." Agência de Energia Atómica prepara-se para ir a Zaporizhia
António Guterres mostrou-se preocupado com a situação na central nuclear ucraniana durante uma visita ao país.
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O secretário-geral da ONU, António Guterres, mostrou-se preocupado, esta quinta-feira, com a situação na central nuclear de Zaporizhia e revelou que a Agência Internacional de Energia Atómica está a preparar-se para se deslocar à cidade ucraniana.
"Aqui o bom senso deve prevalecer para evitar ameaças à segurança da integridade física e da central nuclear. As suas instalações não devem ser usadas durante a realização de operações militares. É preciso um acordo urgente para garantir que a infraestrutura seja puramente civil. Em contacto direto com a Internacional de Energia Atómica vimos que na Ucrânia há capacidades logísticas e de segurança para qualquer missão", explicou António Guterres.
O português pediu que todos os equipamentos militares sejam retirados da central nuclear e deixou um aviso.
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"Devemos dizer as coisas como são: qualquer potencial dano à central nuclear de Zaporizhia é um suicídio. É necessário evitar a instalação futura de tropas ou implantação de equipamentos militares. A central tem de ser completamente desmilitarizada", alertou o secretário-geral da ONU.
A Rússia e a Ucrânia acusam-se mutuamente de terem bombardeado a central nuclear de Zaporizhia, a maior da Europa. As forças russas ocuparam o local em março.
O governo ucraniano garante que a Rússia armazena armas pesadas na fábrica e que, de lá, bombardeia os ucranianos. Além disso, acusa as tropas russas de alvejar setores da central e atribuir a autoria dos bombardeamentos à Ucrânia.
Já as autoridades russas negaram ter implantado armas pesadas no local e afirmaram que existem apenas unidades encarregues de garantir a segurança das instalações. Moscovo acusou também Kiev de preparar uma "provocação" na central durante a visita do secretário-geral da ONU à Ucrânia.