João Pedrosa decidiu ficar na cidade chinesa que é o epicentro do novo coronavírus. Agora, escreve no site da TSF sobre o estranho dia a dia em Wuhan.
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Com o surto da epidemia do novo coronavírus a alastrar-se por toda a China e a fechar a cidade de Wuhan, a vida dos que aqui habitam foi, dramaticamente, afetada.
A necessidade de nos mantermos em casa e evitar a frequência de espaços públicos fez com que as deslocações aos supermercados fossem apenas para adquirir o essencial.
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Na semana passada os bairros fecharam os seus portões e o fornecimento de alimentos passou a ser mais espaçado e com menos variedade.
Tal estimulou-me a redescobrir os prazeres da culinária e encontrar uma forma agradável de passar o tempo e de me tornar um pouco mais autossuficiente.
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Coisas que tinha há muito tempo no fundo das minhas prateleiras transformaram-se de repente em achados preciosos que me fizeram render excelentes opções de refeições.
E a necessidade faz o engenho.
Um pacote de farinha de arroz, que eu já tinha desistido de usar, veio de repente a tornar-se um elemento fundamental para fazer pão e bases de piza sem glúten.
Com os pacotes fornecidos pela comunidade vieram alguns legumes e vegetais que anteriormente nunca tinha pensado adquirir ou utilizar.
Agora vierem enriquecer a minha cozinha e fazer-me descobrir alguns pratos maravilhosos, simples e saudáveis.
Sempre tive a cozinha como um espaço de refúgio, onde me posso envolver com a alegria, o prazer de preparar comida e o descobrir novos pratos. No entanto, devido a este surto tal ganhou outra dimensão.
Comer com alegria, alimenta a alma e tem uma influência positiva na nossa saúde e nosso bem-estar psicológico.
E acima de tudo agora, ajuda a reduzir a tensão sofrida.
João Pedrosa em Wuhan (25 de Fevereiro de 2020)
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