No enclave palestiniano, 80 mil diabéticos e 110 mil hipertensos não dispõem de medicamentos
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As autoridades da Faixa de Gaza advertiram esta quinta-feira que 37% dos medicamentos essenciais estão esgotados, assim como mais de metade dos fármacos contra cancro ou doenças do sangue, após mais de 40 dias de bloqueio israelita.
“Os blocos operatórios, as unidades de cuidados intensivos e os serviços de urgência estão a funcionar com as reservas esgotadas de medicamentos e de material médico que salvam vidas”, alertou o Ministério da Saúde do Governo do movimento islamita palestiniano Hamas, que controla Gaza desde 2007.
Segundo este organismo, 80 mil diabéticos e 110 mil hipertensos não dispõem de medicamentos na Faixa de Gaza, onde os hospitais e os centros médicos têm sido continuamente alvo de ataques aéreos e de artilharia, bem como de ataques militares.
O ministério dirigido pelo Hamas lançou um apelo urgente para aumentar as reservas nos hospitais e centros de cuidados primários, uma vez que a escassez “atingiu níveis perigosos e sem precedentes”.
A ofensiva israelita deslocou à força a maior parte da população de Gaza, obrigando-a a instalar-se em tendas na zona de al-Mawasi, junto ao lixo e sem as mínimas condições de higiene ou infraestruturas.
Em 2 de março, as autoridades israelitas anunciaram um novo embargo ao abastecimento, proibindo a entrada na Faixa de Gaza de água, alimentos, gasolina, ajuda humanitária e comercial.
Este bloqueio já ultrapassou o do início da guerra, que durou de 7 a 21 de outubro de 2023, e deixa centenas de milhares de habitantes de Gaza à beira da fome, segundo as Nações Unidas.
Esta semana, o secretário-geral da ONU, António Guterres, apelou a Israel para que exerça as suas responsabilidades enquanto “potência ocupante” e recordou que “nem uma migalha de ajuda” entra em Gaza há mais de um mês, transformando o enclave num “campo de extermínio”.
