"Quase sem serviços de saúde." OMS acusa Israel de impedir passagem de missões humanitárias para Gaza

Tedros Ghebreyesus reforça que "todos os que estão envolvidos neste conflito precisam de paz"
Fabrice Coffrini/AFP
A organização pede que Israel "deixe de emitir ordens de evacuação" e "proteja os hospitais" da zona, além de "trabalhar para um cessar-fogo"
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A Organização Mundial de Saúde (OMS) denunciou esta sexta-feira que Israel impediu a passagem de duas missões para o norte da Faixa de Gaza, pedindo respeito pelas operações humanitárias, já que a região "quase não tem serviços de saúde".
O diretor-geral da organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus, indicou, na rede social X, que uma equipa da OMS não conseguiu realizar a retirada médica de doentes em estado crítico de três hospitais da zona "devido a atrasos de até 10 horas nos postos de controlo".
"A missão do Hospital Al Sahaba de entregar combustível, bolsas de sangue e material médico foi rejeitada em duas ocasiões", criticou, referindo que já foram "rejeitadas ou impedidas" sete missões da OMS no norte de Gaza.
Por isso, a organização de saúde apelou a Israel para que "deixe de emitir ordens de evacuação" e "proteja os hospitais" da zona, além de "trabalhar para um cessar-fogo".
"Todos os que estão envolvidos neste conflito precisam de paz", concluiu Tedros.
Os militares israelitas emitiram na segunda-feira novas ordens de retirada dos residentes do norte do enclave, exigindo-lhes que se dirigissem para a designada "zona humanitária" no sul. As autoridades de Gaza, controladas pelo Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), denunciaram que a medida afeta vários hospitais.
A ofensiva de Israel contra Gaza foi lançada após os ataques do Hamas a 7 de outubro de 2023, que fizeram cerca de 1200 mortos e quase 250 sequestrados, segundo as autoridades israelitas.
Desde então, Israel lançou ataques diários contra o Hamas e a Faixa de Gaza, provocando a morte de mais de 42 mil palestinianos, a destruição da maioria das infraestruturas da região e a fuga de casa de quase dois milhões de pessoas.
