Quatro ministros do Governo egípcio apresentaram hoje a demissão, numa altura em que o país é abalado por uma forte vaga de contestação contra o Presidente Mohamed Morsi, oriundo do movimento Irmandade Muçulmana, indicou um alto responsável governamental.
Corpo do artigo
De acordo com a mesma fonte, citada pela agência francesa AFP, os ministros responsáveis pelas pastas do Turismo, do Ambiente, das Comunicações e dos Assuntos Jurídicos e Parlamentares entregaram as respetivas cartas de demissão ao primeiro-ministro egípcio, Hicham Qandil.
No mês passado, o ministro do Turismo egípcio, Hicham Zaazou, já tinha manifestado a sua intenção de renunciar ao cargo depois da nomeação de Adel al-Khayyat como governador da região de Luxor, uma das mais turísticas do Egito.
Adel al-Khayyat é membro de um partido islâmico com ligações a um grupo radical que reivindicou em 1997 um ataque que matou na altura 58 turistas estrangeiros na região de Luxor.
O Presidente Morsi nomeou Khayyat no passado dia 16 de junho, juntamente com outros 16 novos governadores. Entre os novos governadores constam sete elementos da Irmandade Muçulmana.
O ministro do Turismo egípcio acabaria por reconsiderar e recuar com o pedido de demissão, depois da saída do controverso governador.
Estas demissões ocorrem um dia depois de várias cidades do país terem sido palco de violentas manifestações anti-Morsi. Os protestos fizeram pelo menos 16 mortos, segundo informações avançadas pelo Ministério da Saúde egípcio.
O Egito está profundamente dividido entre os adversários de Morsi, que denunciam uma deriva autoritária do poder destinada a instaurar um regime dominado pelos islamitas, e os apoiantes que querem ver reforçada a legitimidade conquistada nas urnas, na primeira eleição democrática realizada no país.