Pelo menos quatro pessoas, incluindo um soldado dissidente, morreram hoje em confrontos com as forças de segurança em Sanaa quando estas tentavam dispersar a multidão que exigia a saída do presidente iemenita, Ali Abdallah Saleh.
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Dezenas de milhares de iemenitas manifestaram-se hoje numa zona de Sanaa controlada pelas forças leais ao presidente Saleh, depois da dispersão de um protesto similar ter provocado 12 mortos no sábado.
«Allah Akbar (Deus é grande), a nossa manifestação é pacífica», gritaram os manifestantes que empunhavam cartazes com fotografias dos manifestantes mortos em protestos precedentes.
Soldados da Primeira Divisão Blindada, associados à contestação, desfilavam à frente dos manifestantes.
Quando chegaram à zona controlada pelas forças leais a Saleh, os manifestantes foram recebidos com tiros de soldados escondidos em edifícios nas imediações e os soldados dissidentes responderam, refere a France Presse.
Além das quatro vítimas mortais, cerca de 40 pessoas ficaram feridas nos confrontos, segundo fontes médicas.
«Vamos prosseguir com as manifestações, mesmo depois de milhares de jovens terem sido mortos. É o único meio para obter a queda dos restos do regime», tinha declarado hoje Walid al-Ammari, porta-voz do movimento Jovens da Revolução.
No sábado, as forças leais ao presidente abriram fogo contra uma manifestação para exigir a saída de Saleh, provocando 12 mortos e uma centena de feridos.
Apesar de meses de protestos populares e de pressões internacionais e regionais, Saleh, no poder há 33 anos, acusado de corrupção e de nepotismo, recusa-se a sair.
Saleh foi ferido num ataque contra o palácio presidencial em Junho último e esteve hospitalizado em Riade antes de regressar ao país em finais de Setembro.