Espanha, Itália, Irlanda e Luxemburgo são os países que aparecem como potenciais candidatos à liderança do Eurogrupo.
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Quando deixou a liderança do Eurogrupo para Mário Centeno, o seu antecessor Jeroen Dijsselbloem entregou ao português o sino com que abria as reuniões do grupo informal dos ministros das Finança da zona euro, numa breve cerimónia, na embaixada portuguesa, em Paris, onde se encontraram "por coincidência de agendas".
Centeno vai anunciar esta quinta-feira aos seus pares que a 13 de julho vai ser ele a repetir o gesto, e já há vários candidatos receber o simbólico testemunho.
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A ministra espanhola das Finanças Nadia Calviño tem sido apontada como uma possível sucessora de Mário Centeno agora que o português está prestes a anunciar que não pretende continuar na liderança do Eurogrupo.
A nomeação da Espanhola resolveria boa parte do quebra-cabeças, que a negociação dos cargos de topo na União Europeia representa, já que deixaria os vários equilíbrios praticamente inalterados.
Ou seja, a presidência do Eurogrupo continuaria entregue a um país do sul, da família socialista europeia, a quem, além do mais, é reconhecida uma larga experiência em cargos importantes, em Bruxelas.
Por outro lado, no âmbito do equilíbrio geográfico, há quem considere que ter uma das vice-presidências do BCE - já entregues a Espanha, pode não jogar a favor da atual ministra das Finanças de Pedro Sánchez.
E o primeiro-ministro espanhol também não aposta só no Eurogrupo, e também está a olhar para a liderança da Organização Mundial do Comércio. E uma parte da energia do Governo espanhol passa por conseguir a liderança da OMC para as Relações Exteriores, Arancha González Laya.
Outro dos possíveis candidatos é o veterano Pierre Gramegna, que, em 2017, esteve taco a taco, na corrida com Mário Centeno. Mas, agora a eleição do ministro luxemburguês, deixaria dois cargos de topo entregues à família liberal, no Benelux, já que o belga Charles Michel é o presidente do Conselho Europeu.
Este facto pode fazer desequilibrar a balança para o irlandês, Paschal Donohoe. Mas as incertezas quanto ao futuro no Ministério das Finanças, em Dublin, também não torna óbvia a nomeação do político da família da direita europeia para a presidência do Eurogrupo.
Neste contexto, o social-democrata, Roberto Gualtieri ganha vantagem, especialmente numa altura em que Itália é devastada por uma crise sem precedentes. É certo, que o Parlamento Europeu já é liderado por um italiano.
Mas, também verdade que com eventual a eleição de Gualteri para o Eurogrupo, não seria a primeira vez que Itália acumularia vários tronos em Bruxelas. E, há que admita que os ministros das Finanças podem estar dispostos a dar um sinal importante a Itália, que dê algum fôlego no contexto da recuperação económica, que o país vai ter de enfrentar.