A comunidade tem sido perseguida ao longo da História por parte de cristãos e muçulmanos. As diferenças religiosas fomentaram ódio e massacres com registo de ataques nos séculos XVII, XVIII e XXI.
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Etnicamente, os yazidis são curdos e misturam elementos de várias tradições como o Zoroastrismo, antiga religião persa, do Islão e do Cristianismo. Acreditam na reencarnação e não seguem nenhum livro sagrado. São monoteístas e pré-cristãos, defendendo que este Deus supremo é representado por sete espíritos.
O mais importante destes espíritos é o Anjo Pavão, também conhecido por Melek Taus ou Shaytan, o mesmo nome que o Alcorão dá a Satanás. É por esta razão que muitos muçulmanos, sobretudo os mais radicais, encaram os yazidis como adoradores do diabo.
A minoria foi ameaçada de extermínio pelo grupo radical Daesh, que capturou milhares de membros da comunidade Yazidi. Muitos homens foram executados caso não se convertessem ao Islão, as mulheres foram vendidas como escravas e as crianças foram obrigadas a lutar pelo Daesh.
Os yazidis vivem em comunidades pequenas espalhadas pelo Curdistão, um território repartido entre o Iraque, Síria e Turquia mas a maior parte dos yazidis concentrava-se no Monte Sinjar, o lar ancestral da comunidade no norte iraquiano.
O Daesh tomou a região em 2014, num ataque que as Nações Unidas já classificaram como genocídio, estimando-se que terá resultado na morte e deslocamento de 400 mil pessoas.
A comunidade ganhou atenção internacional nos últimos meses e, no ano passado, duas mulheres da minoria Yazidi , Lamiya al-Bashar Taha e Nadia Murad, que sobreviveram à escravidão sexual às mãos do Daesh, receberam o prémio Sakharov 2016 para a Liberdade de Pensamento, atribuído pelo Parlamento Europeu.