A rainha jordana, Rania, classificou o Daesh (acrónimo árabe para a organização auto designada Estado Islâmico) como um «bando de malucos» que está a manchar o nome do Islão.
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A esposa do rei Abdullah II apelou à comunidade internacional para que não se foque nas reivindicações religiosas do grupo e sugeriu que o auto designado Estado Islâmico (EI) deveria deixar cair o «I» do seu nome, «porque não tem nada de islâmico».
Durante uma entrevista com Arianna Huffington, que dá o nome a um sítio de informação na internet, Raina afirmou: «Esta luta é uma luta entre o mundo civilizado e um bando de malucos que nos quer fazer regressar aos tempos medievais».
As declarações foram prestadas durante uma conferência, em Londres, ao fim de quarta-feira.
Rania alertou para o perigo de deixar o Daesh «raptar» a identidade do Islão, argumentando que isso iria autorizá-lo a realizar «uma batalha de civilizações».
Para reforçar o seu argumento, disse: «As pessoas chamam-lhes Estado Islâmico, mas gostaria que o "I" desaparecesse porque não têm nada de islâmico. Eles não têm nada a ver com fé, mas tudo com fanatismo».
Nesta linha argumentativa, insistiu: «Eles querem ser chamados de islâmicos porque isso lhes dá legitimidade e também significa que qualquer ação feita contra eles automaticamente vai ser considerada uma guerra contra o Islão».
Em síntese, no entender de Rania, «eles (Daesh) querem esse confronto de civilizações de que as pessoas falam».
A rainha jordana, de 44 anos, avisou também o Daesh que as suas exibições de violência, como a imolação do piloto jordano Maaz al-Kassasbeh, reforça a determinação dos moderados.
«As táticas de medo que esses terroristas estão a usar vão fazer ricochete, porque apenas irritam os jordanos», disse à fundadora do Huffington Post.
«Em vez de os assustar, apenas lhes dá vontade de lutar», avançou.
Kassasbeh foi capturado pelo Daesh em dezembro, depois de o seu avião de combate F-16 ter caído na Síria, quando estava em missão da coligação liderada pelos EUA contra este grupo.