Vários membros do PP, partido que lidera o Governo espanhol, estão envolvidos num polémico caso de corrupção.
Corpo do artigo
O presidente do Governo espanhol, Mariano Rajoy, é alvo de uma moção de censura, esta sexta-feira, por parte do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE). Um juiz do supremo tribunal espanhol questionou a credibilidade das declarações de Mariano Rajoy enquanto testemunha no processo, no último ano.
Na origem da moção de censura está um caso de corrupção que envolve vários membros do Partido Popular (PP), liderado por Rajoy. O caso remonta às décadas de 1990 e 2000, quando o PP terá usado subornos para financiar ilegalmente campanhas políticas - acusações que o atual presidente do Governo espanhol tem sempre negado.
Em Espanha, a moção de censura não leva automaticamente a eleições antecipadas. Este é um processo extraordinário que apresenta por isso várias exigências: o partido que propõe a moção precisa de nomear um candidato à chefia do Governo, com um programa detalhado. Se a moção for aprovada, o nomeado passa automaticamente a ocupar o cargo de presidente do Governo.
Na apresentação da moção, o líder do PSOE, Pedro Sánchez, propôs a criação de um Governo transitório que deverá convocar eleições, sem precisar, no entanto, o prazo para as mesmas.
A moção, assinada pelos 84 deputados do grupo parlamentar socialista, apresenta Pedro Sánchez como candidato à presidência do Governo espanhol e afirma como objetivos a recuperação da normalidade democrática, a resposta às urgências sociais e uma regeneração da democracia em Espanha.
999967635847700480
999965444797804544
Ainda não é certo se o PSOE terá apoio suficiente no parlamento espanhol para derrubar o presidente do Governo, objetivo para o qual precisa de 176 votos - sendo que o partido conta apenas com 84 deputados, precisando do apoio dos partidos Podemos e Cidadãos.
Nesta altura, o Podemos já anunciou a intenção de apoiar moção. Já o líder do Cidadãos, Alberto Rivera, instou Mariano Rajoy a convocar eleições, caso contrário, também ele deverá apoiar a moção de censura do PSOE.
999957047822225408
Esta quinta-feira, 29 pessoas ligadas ao PP foram condenadas por crimes de falsificação de contas, tráfico de influências e crimes fiscais. Na sentença, o juiz declarou existir provas de que o partido dispunha de um fundo ilegal há muitos anos e que a credibilidade do testemunho de Rajoy, que negou a situação, deveria ser questionada.
As sentenças que os 29 condenados deverão cumprir correspondem, no total, a 351 anos de prisão.