O PSOE apresentou uma moção de censura contra o presidente do Governo espanhol e o partido Cidadãos exigiu a convocação de eleições antecipadas.
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O presidente do Governo espanhol, Mariano Rajoy, disse que não irá demitir-se, depois da apresentação de uma moção de censura apresentada, esta sexta-feira, pelo Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE).
Em causa está a credibilidade do presidente do Governo e líder do Partido Popular (PP) espanhol, depois de um juiz ter questionado a fiabilidade das declarações que fez, enquanto testemunha, no âmbito de um caso de corrupção dentro do partido.
Em conferência de imprensa, Rajoy afirmou que é preciso dar prioridade à "estabilidade política", para não pôr em causa a recuperação económica do país e que tenciona continuar a exercer o mandato de presidente do Governo, durante os quatro para os quais foi eleito.
"A moção de censura vai contra a estabilidade política do nosso país e contra a recuperação económica. É má para a Espanha", declarou Mariano Rajoy, esta tarde, na conferência de imprensa.
Na origem da moção de censura está um caso de corrupção que envolve vários membros do PP, liderado por Rajoy. O caso remonta às décadas de 1990 e 2000, quando o partido terá usado subornos para financiar ilegalmente campanhas políticas - acusações que o atual presidente do Governo espanhol tem sempre negado.
Na apresentação da moção, o líder do PSOE, Pedro Sánchez, propôs a criação de um Governo transitório que deverá convocar eleições.
A moção, assinada pelos 84 deputados do grupo parlamentar socialista, apresenta Pedro Sánchez como candidato à presidência do Governo espanhol e afirma como objetivos a recuperação da normalidade democrática, a resposta às urgências sociais e uma regeneração da democracia em Espanha.
Para derrubar o presidente do Governo, o PSOE precisa de 176 votos, necessitando do apoio dos partidos Podemos e Cidadãos.