O presidente de Timor, Francisco Guterres Lu-Olo diz à TSF que Xanana Gusmão criou dificuldades que não contribuem para o fim do impasse político que se arrasta há meses.
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O presidente da República de Timor, Francisco Guterres Lu-Olo, aponta o dedo a Xanana Gusmão, presidente do maior partido da coligação do Governo, pelo impasse político no país.
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É a resposta, em declarações à TSF, ao apelo do antigo presidente timorense José Ramos Horta, que esta quarta-feira lançou esta um apelo ao diálogo entre os líderes nacionais e em particular a Xanana Gusmão.
Francisco Guterres Lu-Olo ainda não deu posse a nove membros do Governo indigitados pelo primeiro-ministro Taur Matan Ruak em junho, alguns por terem "o seu nome identificado nas instâncias judiciais competentes" e outros por possuírem "um perfil ético controverso".
O Governo apresentou alternativas a três deles e o Presidente acabou por assinar, nesses casos, decretos de nomeação que acabaram por não ter efeitos práticos, já que os ministros nomeados não tomaram posse, em solidariedade com os colegas.
Um deles foi Xanana Gusmão. Nomeado por duas vezes para cargos diferentes no Governo da coligação da Aliança de Mudança para o Progresso (AMP), acabou por nunca tomar posse, afastando-se depois do grupo de ministeriáveis.
Embora não responsabilize Xanana, Ramos Horta explicou à TSF por que é que espera daquele a quem também chama patrono da independência de Timor um forte empenhamento na saída deste impasse.
"Daqui faço apelo ao meu irmão mais velho, Xanana Gusmão. Ele pode dizer que não é primeiro-ministro, dizer que não quer interferir ou intervir, mas ele não deixa de ser o maior pai desta nação. Este país não seria livre e independente sem a sua visão estratégica naqueles anos duríssimos", afirmou antes Ramos Horta à Lusa.
"Portanto não pode escapar à sua responsabilidade de patrono deste projeto de independência de Timor. Assuma a sua responsabilidade como sempre fez no passado, converse com o Presidente Lu-Olo, com Mari Alkatiri, com outros membros dos partidos da oposição, para encontrar a melhor estratégia político governativa para os próximos cinco anos, que vão ser difíceis", afirmou, citado pela Lusa.
À TSF, José Ramos Horta considera que é preciso mobilizar o consenso político nacional e pede ao presidente Francisco Guterres que promulgue o mais rapidamente possível o Orçamento Geral do Estado para 2018, já que o país tem estado a viver de duodécimos.
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(Notícia atualizada às 17h18 do dia 21 de setembro)