Rangel acredita que "pressão alta" dos EUA e apoio europeu dão "esperança" de solução para a Ucrânia
Em Kiev e depois de reunir com Volodymyr Zelensky, o ministro dos Negócios Estrangeiros disse à TSF que há "algum ceticismo" na Ucrânia quanto a um acordo com a Rússia, depois das declarações de Sergey Lavrov e de Vladimir Putin
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O ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, disse esta terça-feira que a "pressão alta" dos EUA e apoio europeu dão "esperança" de solução para a Ucrânia, depois de ter reunido com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
Em Kiev, numa visita oficial, Paulo Rangel conta à TSF que existe "ceticismo" em relação a um acordo, por causa das declarações de Lavrov e Putin.
"No fundo, há aqui algum ceticismo, porque as declarações que sejam do ministro dos Negócios Estrangeiros Lavrov, sejam do Presidente Putin, que as fizeram os últimos dois ou três dias, põem exigências e condições que não são minimamente aceitáveis. Agora, eu julgo que com uma pressão alta vinda da administração americana e com um apoio muito claro, como aquele que nós aqui manifestámos, ao Presidente Zelensky, ao Governo da Ucrânia e a todo o povo ucraniano se podem criar condições para ter justamente sucesso nisso", diz o ministro português.
E complementa: "Se houver esse esforço, eu tenho esperança e vi no Presidente Zelensky também palavras de esperança que se consiga chegar aqui a uma solução que seja satisfatória e possa, enfim, mudar um pouco a dinâmica deste conflito que está realmente a ter custos muito grandes para todos."
No entanto, a reunião com o Presidente ucraniano versou sobre outros temas além do eventual acordo com a Rússia.
"A hipótese de Portugal colaborar em termos de reconstrução, essencialmente na questão das escolas, e também relataram um pouco a nossa experiência, que estamos a trabalhar com a Fundação Olena Zelenska para dar aulas às crianças que estão hospitalizadas, que são em grande número, muitas delas com algumas sequelas resultantes da guerra", explica o governante português.
Paulo Rangel também revela que a integração europeia da Ucrânia também foi abordada: "Sobre a questão da integração Europeia e da adesão da Ucrânia, tivemos um encontro com a vice-primeira-ministra e ministra da Justiça, que é responsável justamente por esse departamento ou por essa secção de apoio às negociações de adesão."
O ministro dos Negócios Estrangeiros, a partir de Kiev, confessou à TSF que está atento à atualidade nacional, até porque está envolvido na vida do Governo e do PSD, mas recusou falar sobre a situação política portuguesa.