Quando o exército islâmico entrou em Raqqa, em abril, e tranformou a cidade na capital do califado, 17 jovens decidiram denunciar o que lá se passava: criaram na internet a campanha "Raqqa está a ser massacrada em silêncio" e todos os dias correm risco de vida para publicarem fotografias e vídeos. A TSF falou com um desses jovens que foi obrigado a fugir da Síria há 15 dias.
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É como se um buraco negro tivesse envolvido a cidade de Raqqa. É desta forma que Abu Ibrahim descreve o que se passa na atual capital do Estado Islâmico na Síria.
Este jovem, de 22 anos, estudante antes da guerra, não quer dar o nome verdadeiro, nem dizer onde está atualmente. Ele faz parte de um grupo de 16 ativistas (eram 17, mas um foi executado).
Dos 16 que ainda continuam a denunciar o que se passa em Raqqa, só 12 se mantêm na cidade.
Abu Ibrahim teve de fugir mas continua a falar porque, quando o Estado Islâmico chegou, tudo mudou.
A s execuções, os roubos e as taxas impostas revoltam a população que não gosta também da presença de tantos estrangeiros. Abu Ibrahim diz que eles estão em todo o lado.
Desde o início dos bombardeamentos aéreos, a situação mudou um pouco. A população divide-se quanto à eficácia desta estratégia, até porque os civis passaram a ser escudos humanos.
Abu Ibrahim garante que em Raqqa quase todos desejam o fim da ocupação pelo Estado Islâmico, mas não acreditam que os bombardeamentos aereos alcancem esse objetivo.