Os rebeldes líbios entraram, esta quinta-feira, em Sirte, um dos últimos bastiões das forças leais a Muammar Kadhafi, que se encontra em fuga, anunciou o CNT em comunicado.
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«Os revolucionários entraram hoje em Sirte através de três eixos principais», anunciou um comunicado do Conselho Militar de Misrata, a cidade que foi uma das bases das forças rebeldes na luta contra o regime de Kadhafi.
Um porta-voz militar das forças do Conselho Nacional de Transição (CNT), Fathi Bachaga, foi entretanto citado por agências internacionais a referir que em Sirte, cidade natal de Kadhafi, «ainda há resistência» das forças leais ao ex-líder líbio, que estão a disparar barragens de morteiro contra os opositores.
Um comunicado do Conselho militar afirmou posteriormente que os «revolucionários de Misrata atingiram o centro da cidade de Sirte» e precisou que «controlavam as entradas da cidade e começavam a passar a pente fino» todo o sector para detectar soldados pró-Kadhafi.
As forças provenientes do sul também cercaram uma base aérea, que segundo Bachaga ainda não estava sob controlo rebelde.
Sirte, 360 quilómetros a leste de Tripoli e região natal do líder em fuga, é uma das últimas regiões que escapa ao controlo das novas autoridades líbias.
Enquanto as forças rebeldes avançavam em direcção a leste, a agência noticiosa AFP referia-se a informações não confirmadas sobre um ataque da NATO a um comboio de veículos pró-Kadhafi que de dirigia para sul, a cerca de 50 quilómetros de Sirte.
Após o fim do ultimato, há seis dias, emitido pelo CNT às forças leais ao dirigente deposto para deporem as armas em Sirte, centenas de combatentes bem equipados estavam a concentrar-se na estrada costeira para o início da ofensiva, enquanto os aviões da NATO prosseguiam os ataques aéreos.
Na sua última mensagem na noite de quarta-feira, e de acordo com a cadeia de televisão Arrai sediada na Síria e que difunde regularmente as os seus discursos, Muammar Kadhafi acusou a NATO de «terrorismo e destruições indescritíveis em Sirte».
Na mesma estação, o seu porta-voz Mussa Ibrahim responsabilizou os combatentes do CNT de «privarem de alimentos regiões inteiras para forçarem a sua rendição», numa alusão aos bastiões pró-Kadhafi, em particular Sirte e Bani Walid.