Reconhecer Palestina como Estado "é um passo", mas falta "Governo apelar publicamente ao fim do genocídio em Gaza"
A Amnistia Internacional defende que o Governo português deve ir mais longe. A organização já pediu uma reunião com o ministro dos Negócios Estrangeiros
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Reconhecer Palestina como Estado “é um passo”, mas falta o “Governo português apelar publicamente ao fim do genocídio em Gaza”, defendeu o diretor-geral da Amnistia Internacional, esta quinta-feira, em declarações à TSF.
“É verdade que é um gesto e que é um passo. Todos os passos como este são um importante fator de pressão junto do Estado de Israel e são também um passo contra aquilo que é uma política de genocídio em Gaza e uma ocupação ilegal na Cisjordânia”, começou por referir João Godinho Martins.
“Mas esperamos que a este passo possam ser adicionados outros”, acrescentou, apontando, por exemplo, o apelo público ao fim do genocídio em Gaza e uma intervenção direta na suspensão do acordo de associação da União Europeia com Israel.
"É preciso lembrar que Israel cometeu e está a cometer um genocídio. Israel usa a pão como a arma de guerra e impõe deliberadamente condições de vida calculadas para provocar a destruição dos palestinianos. Há evidências disso, está relatado”, sublinhou João Godinho Martins.
O Governo português tem de dar mais passos e moral de ir mais Longe. Temos de fazer mais. O Governo português tem de apelar publicamente ao fim do genocídio, que ainda não o faz, ainda não o aceita e tem que intervir de forma determinante também na suspensão do acordo de associação da União Europeia com Israel.
A Amnistia Internacional propôs uma reunião com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, para lhe apresentar “o extenso” relatório da organização, “onde são explicadas as evidências e testemunhos que provam que existe um genocídio em Gaza”.
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, anunciou esta quinta-feira que vai ouvir o Presidente da República e os partidos políticos com representação parlamentar com vista a “considerar efetuar o reconhecimento do Estado palestiniano” na Assembleia Geral das Nações Unidas em setembro.