O primeiro-ministro húngaro diz que a UE "não poderá impor a sua vontade à Hungria" e anunciou que vai apresentar uma emenda constitucional para "registar a vontade das pessoas".
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A comissão eleitoral da Hungria já confirmou: o referendo sobre as quotas de refugiados na União Europeia teve menos de 50% de participação.
De acordo com os resultados oficiais, quando estão contabilizados 94% dos votos, a consulta popular teve uma participação de 43,23% dos eleitores, número inferior aos 50% necessários para que o escrutínio fosse legalmente válido.
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O "não" ganhou a simpatia dos votantes, obtendo 98,24% dos votos.
Viktor Orbán, numa primeira declaração ao país já esta noite, afirmou que o resultado do referendo é "excelente" e que devia ser levado em conta pelo decisores de Bruxelas. O primeiro-ministro húngaro adiantou ainda que o resultado permite que apresente uma alteração à lei fundamental do país, uma adenda à Constituição da Hungria.
Já antes, logo pela manhã, o chefe do executivo de Budapeste, após ter votado, declarou que não interessava a taxa de participação, não se importava com a validade desta consulta popular. mas apenas com a vitória do "não".
Para Viktor Orbán, Bruxelas não pode ignorar "a vontade" expressa pelas pessoas que votaram. "Espera-nos um longo caminho, com lutas duras", vincou.
Segundo o sistema de quotas de refugiados, a Hungria, com dez milhões de habitantes, deveria acolher pelo menos 1.300 pessoas das 160.000 que seriam repartidas pelos países da União Europeia.
"Só nós é que podemos decidir com quem queremos viver", apontou Viktor Orbán, que se opõe ao plano de acolhimento de refugiados da União Europeia e à imigração, que vê como uma ameaça para a cultura e a forma de vida europeias.
Apesar das críticas à forma como foi colocada a questão a sufrágio, por alegado pressuposto falso, uma vez que a recolocação de refugiados é voluntária e não obrigatória, a verdade é que os eleitores foram convidados a votar sim ou não à pergunta: "Quer que a União Europeia, mesmo sem a aprovação do Parlamento húngaro, possa prescrever a recolocação obrigatória de cidadãos não-húngaros na Hungria?"
Feitas as contas, 98.2 % recusou a proposta da união europeia sobre quotas de emigrantes no país, mas a comissão eleitoral confirmou esta noite que o referendo é inválido, de acordo com os resultados oficiais.
Estão contados 94% dos votos, e apenas 43,23% dos eleitores participaram, número inferior aos 50% necessários para validar o escrutínio. O facto é também reconhecido por Gergely Gulyás, o vice-presidente do Fidesz, partido no Governo.